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Os filhos têm direito e necessidade do nosso tempo

Pique-nique familial

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Patricia Navas - publicado em 10/12/13
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Aumenta o número de crianças que passam mais de 8 horas por dia na creche ou escolaCerca de 66% dos pais consideram que não passam tempo suficiente com seus filhos; 22% das crianças passam mais de 8 horas diárias na creche ou escola; 86% dos filhos passam pelo menos 5 horas diárias na creche ou escola: são dados do Estudo Creche e Família 2013, sobre as famílias espanholas. Mas esta realidade é vista em muitos outros países também.
 
A preocupação dos pais por não poder dedicar mais tempo aos seus filhos se une ao parecer dos especialistas. Para os autores do livro "Quem são nossos filhos e o que esperam de nós", Tomás Melendo e Bartolomé Menchén, se pudéssemos escolher uma só coisa para dar aos filhos, essa escolha deveria ser o tempo.
 
Os filhos têm direito e necessidade do nosso tempo, dedicado exclusivamente a cada um deles. Em algumas circunstâncias, precisam especialmente do tempo dos pais, explicam os autores em uma entrevista à revista Misión.
 
E os filhos também precisam de intimidade, acrescentam. "Como fazemos com nossos amigos, ainda que de maneira proporcional à sua idade e forma de ser, cada filho espera que lhe abramos o coração, que lhe contemos o que nos ocupa e preocupa, que lhe peçamos conselho… e que o sigamos. Esta é também a melhor maneira de curtir o tempo com eles."
 
O catedrático de filosofia Tomás Melendo e o sacerdote e professor Bartolomé Menchén afirmam que "é preciso ter a certeza de que dedicar o melhor do nosso tempo ao cônjuge e a cada filho não é só um dever, mas a maneira mais eficaz de 'descobrir' quem eles realmente são e curtir sua presença".
 
"Os adultos de hoje estão muito preocupados com o tempo que passa, mas as crianças estão preocupadas com o que acontece no tempo: sabem dar a cada coisa a atenção que merece – explicam. É preciso purificar nosso olhar. Nem tudo o que consideramos importante realmente o é. Nossos filhos podem nos ensinar a recuperar o autêntico valor das realidades, tanto humanas como divinas. Não foi por acaso que Jesus nos aconselhou a ser como crianças."
 
Com relação à diferença entre o pai e a mãe na hora de educar, os dois especialistas comentaram que "a mãe é a proximidade física e, sobretudo, afetiva. Por isso, ela é insubstituível nos 3 ou 4 primeiros anos, nos quais se desenvolve o mundo afetivo da criança, tão importante para o resto da sua vida".
 
Acrescentaram que "o pais seria a distância: ele 'obriga' o filho a crescer, a sair de si, a separar-se da segurança que a proximidade da mãe lhe dá. O pai é quem lhe facilita a entrada no mundo e lhe dá o apoio necessário para desenvolver-se nele".
 
Finalmente, recordam que o que os filhos esperam e precisam "é a nossa pessoa, a do pai e a da mãe. Este é, de certa forma, seu único e mais radical direito, que não deveria ser negado por ninguém".
 
(A entrevista completa pode ser lida no último número da revista Misión)

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