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É muito caro reconhecer um santo? Papa Francisco regula os preços

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Isabelle Cousturié - publicado em 20/01/14
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A reforma da Igreja passa agora por uma lista de preços de referência para as beatificações e canonizaçõesMenos gasto e mais justiça: não há um só dia em que o Papa Francisco deixe de se expressar ou agir neste sentido, desde o início do seu pontificado. E a nova medida querida pelo Pontífice é, no mínimo, inédita: o estabelecimento de uma lista tarifária de referência para as causas de canonização, dirigida a limitar os gastos e garantir a equidade entre os diversos dossiês.
 
Esta nova disposição, que já entrou em vigor, foi comunicada aos postuladores e aos autores das causas de canonização. a Congregação para as Causas dos Santos explica que é "fruto de um trabalho de colaboração com os diversos postuladores, que responderam positivamente à petição da Santa Sé de apresentar uma prestação de contas dos seus gastos".
 
Instituída visando à sobriedade e equidade, esta medida permitirá reequilibrar o acesso às diversas causas, e, em algumas delas, prosseguir até alcançar o objetivo.
 
Abrir uma causa de canonização é abrir um processo complexo. Um processo canônico em duas etapas (diocesana e pontifical) que dura muito tempo, geralmente dois ou três anos, precisa de uma intervenção de numerosas pessoas, de especialistas e de médicos, quando se trata de reconhecer um milagre, e gastos significativos de viagens e hospedagens.
 
O custo e duração dos procedimentos acabam gerando desigualdades: os mais ricos são favorecidos na hora de conseguir o êxito da causa de um santo. Pelo contrário, uma investigação de santidade de um padre ou de um leigo em um país pobre tem poucas possibilidades de chegar ao final, salvo se estiver apoiada economicamente por ocidentais ricos e poderosos (Le Point).
 
Ao anunciar esta nova medida, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, incentivou a fazer doações para ajudar o financiamento das "causas mais pobres", destacando que o Papa Francisco deseja que "se valorize a santidade de padres e leigos".
 
Desde sua eleição, em março de 2013, o Papa vai eliminando certos privilégios, pouco a pouco; esta é a terceira decisão que ele toma em menos de duas semanas: limitar a concessão do título de monsenhor, reequilibrar a eleição dos cardeais para que abranja todos os continentes, e agora regular o acesso às beatificações e canonizações.

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