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Deus fala comigo? Em que idioma?

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Javier Ordovás - published on 15/04/14
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Saiba onde e como você pode descobrir a presença de Deus
O ser humano utiliza o diálogo, a palavra, a conversa para comunicar-se, conhecer os outros e a verdade das coisas. Deus é uma pessoa, mas uma pessoa infinitamente diferente de nós: Ele se comunica com sua presença. Por isso, precisamos buscar, encontrar e contemplar esta sua presença.
 
Deus se mostrou desde o começo, com a criação do universo, e falou a alguns personagens da história: algumas figuras do Antigo Testamento e, posteriormente, em revelações privadas a alguns santos. Também nos falou com a encarnação do seu Filho.
 
Com a vida e palavras de Jesus Cristo, Deus disse suas últimas, claríssimas e desbordantes palavras. Mas, ainda assim, o ser humano continua pedindo-lhe explicações, e pede que Deus lhe fale ainda mais.
 
A resposta de Deus ao homem foi sua misericórdia paternal, que chegou ao ponto de entregar seu próprio Filho em sacrifício. Mas parece que não entendemos esta resposta: da mesma maneira como o povo hebraico não aceitou Cristo porque esperava um messias libertador político, tampouco o resto da humanidade aceitou que o Reino de Deus é de misericórdia e sacrifício no coração das pessoas.
 
Mas atualmente, como Deus se manifesta?
 
Deus ilumina com luz tênue, para que nossa mente não se deslumbre e nossa limitada liberdade não se sinta coibida. Deus simplesmente se expõe, sua presença fala por si só, e nela encontramos as respostas, a verdade.
 
Deus nos deu de antemão as respostas às nossas perguntas, no centro da nossa alma (feita à sua imagem e semelhança), para que as busquemos com sinceridade e as reconheçamos com humildade. O amor próprio, que cega e ensurdece, nos impede de aceitar estas respostas clamorosas e simples que Deus deixou impressas em nossa alma.
 
Deus fala à humanidade por meio dos acontecimentos, e nos fala por meio dos acontecimentos da nossa vida pessoal. Por isso, é muito necessária a memória histórica das sociedades e a memória histórica da vida pessoal. Ele é um bom pedagogo, que vai nos ensinando ao poucos, para que aprendamos a partir da nossa própria experiência.
 
Deus também fala por meio da dor e do sofrimento. O famoso escritor C. S. Lewis dizia que “a dor é o alto-falante de Deus para um mundo de surdos”. Ele nos fala da mesma maneira que os pais que, para que os filhos aprendam, às vezes precisam fazê-los sofrer, ainda que não entendam. É difícil ver o mal no mundo, especialmente porque não o entendemos.
 
Deus escuta, espera-nos constantemente, a qualquer momento do dia e especialmente, muito respeitoso e escondido, no Sacrário, calado, quieto, paciente, observando, sem ficar nos chamando: Ele está lá para quando e como quisermos, absolutamente disponível.
 
Esta total disponibilidade e esse absoluto respeito de Deus na Eucaristia são impressionantes. Ele é a melhor pessoa com quem podemos falar. Vendo-o, vemos a nós mesmos com total clareza: esta é sua maneira de falar-nos.
 
A presença de Deus em nossa alma, na criação, na história, no próximo, nos acontecimentos diários, na dor, nos pobres, nos doentes e, finalmente, a presença de Cristo na Igreja e na Eucaristia.
 
O que mais podemos querer?
 
O que Deus diz com sua presença é tão claro, patente e evidente, que não precisa de discurso nem diálogo. Sua presença é eloquente.

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