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Famosa jornalista da BBC deixa 25 anos de carreira para virar freira

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Susan E. Wills - publicado em 16/10/14
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Martina Purdy tinha tudo, mas conseguiu largar tudo para ter algo muito melhor
Depois de 25 anos de carreira no jornalismo e sendo uma das personalidades mais famosas da televisão do norte da Irlanda, Martina Purdy é destaque nas manchetes.
 
Sua partida da BBC para entrar em uma congregação religiosa foi anunciada em 10 de outubro, em um tuíte que ela escreveu aos seus milhares de seguidores: “Olá. Estou saindo da BBC. Esta é a minha declaração. Que Deus os abençoe. Martina”.
 
Com esse tuíte, incluiu uma foto do anúncio da BBC que cita sua declaração e diz:
 
“Sei que muita gente não entenderá esta decisão. Não foi uma decisão tomada superficialmente, e sim com grande amor e alegria. Peço que rezem por mim, pois embarco neste caminho com humildade, fé e confiança.”
 
Jornalista ganhadora de prêmios e natural de Belfast, Martina Purdy cresceu em Toronto. Formou-se em Relações Internacionais pela Universidade de Toronto e mais tarde obteve outro diploma na Ryerson University School of Journalism, também em Toronto.
 
Começou sua carreira como jornalista de mídia escrita no Toronto Star, Globe and Mail e L.A. Times. Ao voltar à Irlanda, escreveu para The Irish News e Belfast Telegraph (1993-1999), como editora de negócios e, mais tarde, correspondente política.
 
O diretor de notícias da BBC da Irlanda do Norte a descreveu como “uma das correspondentes mais talentosas e trabalhadoras da BBC da Irlanda do Norte”.
 
Martina Purdy assumiu numerosas tarefas políticas, trabalhando em novos programas, diários e semanais, de rádio e televisão, documentários, especiais sobre eleições e notícias online, segundo a declaração da BBC.
 
Em seus últimos anos no Belfast Telegraph, antes de unir-se à BBC, Martina Purdy fez a cobertura das conversas preliminares do histórico Acordo de Sexta-Feira Santa de 1998, que acabou com décadas de conflito (e matanças) no norte da Irlanda, entre grupos paramilitares de católicos e protestantes.
 
Ela analisou os obstáculos e conquistas do acordo para compartilhar o poder do Poder Executivo da Irlanda do Norte, de 1998 a 2002, em um livro intitulado Room 21, Stormont Behind Closed Doors.
 
Não é todo dia que se vê homens e mulheres que (depois de terem alcançado cumes impressionantes em sua área e desfrutado de admiração e até adulação dos seguidores) deixam para trás o sucesso e fama deste mundo.
 
Apesar de Martina Purdy ter preferido não falar detalhadamente sobre seus motivos para abandonar sua carreira e sua liberdade para unir-se a uma congregação religiosa, ela descreve sua decisão como feita com “amor e grande alegria”.
 
Este comentário recorda uma entrevista que Mary Ann Marks, estudante condecorada com as melhores notas de 2010 em Harvard, que imediatamente depois de formar-se entrou para a congregação das Dominicanas Irmãs de Maria, Mãe da Eucaristia, disse a Kathryn Lopez, editora da National Review Online:
 
“Quando o amor lhe pede para ser sua esposa, não se protesta sobre o quando nem como. Por outro lado, tudo o que vale a pena na vida requer uma entrega constante e livremente voluntária da liberdade pessoal.”
 
Ela também destacou a importância de que homens e mulheres deem este passo de entrar na vida religiosa, mesmo contra a cultura, e aplica isso inclusive mais à figura que esteve na esfera pública por 15 anos:
 
“Os religiosos são chamados a dar testemunho, com sua vida e ações, das realidades sobrenaturais: a existência de Deus, seu amor sem medida por cada pessoa e do fato de que nosso dever e felicidade residem em devolver esse amor. Esse testemunho se torna cada vez mais importante na medida em que cresce o materialismo cultural e seu correspondente desagrado com relação ao sobrenatural.”
 
É seguro assumir que o total decaimento das vocações ao sacerdócio e à vida religiosa nos Estados Unidos e no Ocidente não se deve a que Deus tenha deixado de chamar as pessoas à vida consagrada para servi-lo.
 
A verdadeira causa é o egoísmo e o materialismo, e às constantes distrações que invadem nossa época e se tornam obstáculos para a oração silenciosa. Como podemos saber se Deus está nos chamando, se não reconhecemos sua voz no silêncio e na oração?
 
Que as pessoas bem educadas e habilidosas como Mary Ann e Martina inspirem outros a desenvolver o hábito da oração silenciosa, para que muitas outras almas se tornem testemunhas do amor e da alegria de viver completamente para Deus.
 
(Susan E. Willis é editora espiritual da edição inglesa da Aleteia)

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