Conheça o que elas têm em comum
Já li muitas biografias e memórias sobre pessoas inspiradoras que depositaram sua confiança radicalmente em Deus. Quando me falo de ser “radical”, não quero dizer de maneira alguma “imprudente”; refiro-me à dificuldade, muito contracorrente na atualidade, de reconhecer Deus absolutamente sobre todas as áreas da nossa vida.
Achei fascinantes os pontos em comum nas vidas de pessoas incríveis, que se entregaram com absoluta confiança ao Senhor, e decidi compartilhar isso com vocês, para que sirvam de inspiração a outros.
1. Aceitaram o sofrimento
Um dos exemplos mais poderosos que li foi a história do Irmão Yun, no livro “The Heavenly Man”. Ele foi perseguido na China por ser pregador, foi torturado durante semanas, incluindo choques elétricos, fome, golpes, agulhas debaixo das unhas; foi também colocado em uma caixa de cerca de um metro quadrado, onde ficaria indefinidamente.
Ele rezou a Deus pedindo uma Bíblia – uma ideia ridícula, já que muita gente era presa justamente por tal “contrabando”. Mas, milagrosamente, no dia seguinte, os guardas jogaram uma Bíblia dentro da sua mini cela. Ele então agradeceu fervorosamente a Deus, reconhecendo que o Senhor estava no comando da sua vida.
Sinceramente, se fosse eu em tais condições de tortura, talvez reagisse dizendo a Deus algo do tipo: “Obrigada pela Bíblia, Senhor, mas será que dá pra fazer alguma coisa pra me tirar desta caixa primeiro?”. Acho que eu nem teria considerado a Bíblia como uma resposta às minhas orações.
No entanto, o que vejo em pessoas como o Irmão Yun é que têm muito claro que sofrer não é o pior mal de todos. O pior mal é o pecado. É claro que prefeririam não sofrer, mas isso não está no topo da sua lista de prioridades. Eles se focam mais em não pecar do que em não sofrer. Dedicam-se a levar a si mesmos e os outros ao céu.
2. Aceitam inevitavelmente a morte
As pessoas que confiam totalmente em Deus só conseguem isso porque têm uma visão do mundo centrada no céu. Pensam sempre em termos de eternidade, não em termos dos anos do calendário. Seu objetivo não é maximizar seus anos na terra, mas conseguir chegar ao céu – e levar muita gente junto. E se Deus requer reduzir seu tempo de vida para isso, essas pessoas aceitam.
3. Têm encontros diários com Deus
Nunca ouvi de uma pessoa com uma profunda e calma confiança no Senhor que não dedicasse um tempo para concentrar-se na oração diária. Tanto nos livros que li como na vida real, percebi que esse tipo de gente sempre passa pelo menos alguns momentos – até uma ou duas horas, se as circunstâncias o permitem – centrados somente em orar, todos os dias. A oração também costuma ser a primeira atividade do seu dia.
4. Durante a oração, escutam mais do que falam
As pessoas que confiam absolutamente em Deus até parecem receber mais resposta às suas súplicas do que a maioria de nós. Na verdade, elas não pedem qualquer coisa, mas seguem as inspirações do Espírito Santo em suas petições. Passam muito tempo buscando a vontade de Deus em suas vidas.
5. Limitam as distrações
No livro “God’s Smuggler”, o autor comenta que a tecnologia, segundo o Irmão Andrew, nos torna muito acessíveis às demandas do momento, mas “nossa prioridade número um deveria ser escutar com paciência e silêncio a voz de Deus”. De fato, a tecnologia carrega a grande tentação de sentir um aumento na urgência da nossa vida: responder e-mails, mensagens no Facebook etc. Precisamos de períodos de silêncio para estar atentos aos sussurros do Espírito Santo.
6. Submetem seu discernimento espiritual a outros
As pessoas que têm experiência observando a maneira como Deus trabalha em suas vidas notam que Ele frequentemente fala através de amigos de fé, membros de sua família e do clero. Se eles discernem que Deus os está chamando a algo, especialmente quando se trata de algo grande, pedem a outros cristãos de sua confiança que orem com relação ao assunto para ver se eles também discernem o mesmo chamado do Senhor. E quando os outros os advertem sobre não seguir certos caminhos, levam esses conselhos muito a sério.
7. Oferecem completa e incondicional obediência ao Senhor
Uma das minhas partes favoritas do livro “God’s Smuggler” é quando o Irmão Andrew recebe a visita de um homem chamado Karl, que fazia parte de um grupo de oração.
– Olá, Andy, Você sabe dirigir?
– Não.
– Ontem, durante a oração, recebemos uma palavra do Senhor sobre você, e é importante que você aprenda a dirigir.
– Mas por quê? Certamente nunca terei carro próprio.
– Andrew, não estou argumentando sobre a lógica do caso, estou apenas lhe transmitindo a mensagem.
Apesar da hesitação inicial, o Irmão Andrew conseguiu discernir o chamado do Senhor e aprendeu a dirigir. Parecia uma perda de tempo, mas ele foi obediente ao Senhor. Depois, saber dirigir acabou sendo crucial em sua missão, pois ele levou a Palavra do Evangelho a milhares de pessoas no Leste Europeu.
Obviamente, não vamos crescer em confiança apenas imitando as ações de outras pessoas, mas podemos encontrar exemplos como estes, que nos ajudam a refletir sobre nosso progresso espiritual. Espero que isso seja útil para você, assim como é para mim.