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“Sou homossexual, mas não gay: defendo o casamento entre homem e mulher”

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Javier Ordovás - Aleteia Brasil - published on 18/05/16
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Jean-Pierre Delaume-Myard se considera uma das muitas vítimas do lobby gayJean Pierre Delaume-Myard é um jornalista francês. Ele é o realizador e um dos porta-vozes da “Manif pour Tous” [“Manifestação para Todos”], um grande movimento pró-família que levou centenas de milhares de pessoas às ruas da França para defender o matrimônio natural diante dos ataques do governo de François Hollande. E atenção: trata-se de ataques não porque o governo apenas defendesse o chamado casamento gay, mas porque o governo reprimia a liberdade de expressão daqueles que contestavam que a união civil homossexual equivalesse ao matrimônio natural entre um homem e uma mulher abertos à geração de novas vidas humanas.

Jean Pierre Delaume-Myard se opõe ao chamado “matrimônio para todos” e à adoção de crianças por casais gays porque não concorda que a união civil homossexual seja equivalente ao conceito de matrimônio natural.

Jean Pierre Delaume-Myard, ele próprio, é homossexual.

E não, Jean Pierre Delaume-Myard não é “homofóbico”. Ele foi às ruas e convocou as pessoas às ruas para declarar precisamente que os homossexuais são cidadãos responsáveis. Para declarar que a orientação sexual não pode ser transformada em uma lei imposta a todos. Para rejeitar uma lei que, mais cedo ou mais tarde, vai pôr em xeque o conceito natural de família.

Jean Pierre escreveu o livro “Homosexuel contre le mariage pour tous” [“Homossexual contra o matrimônio para todos”], no qual relata o poder do lobby gay e denuncia como esse lobby se apropria da voz dos homossexuais apesar de não representar a maioria deles.

Estas são algumas das ideias expostas no livro:

  • Ele se opõe ao chamado “matrimônio homossexual” na França porque a proposta prevê a adoção. “Toda criança tem, antes de tudo, a necessidade de um pai e de uma mãe para se realizar. Há uma grande diferença entre ter dois ‘papais’ ou duas ‘mamães’ e ter pai e mãe heterossexuais. A verdadeira igualdade tem sua única fonte no casal pai e mãe, o único incontestável. Pretender apagar este fato da natureza é negar a própria realidade. Todos devem a vida à igualdade homem-mulher”.
  • “A enorme instabilidade entre os casais do mesmo sexo, confirmada por numerosos estudos realizados nos países em que esse tipo de casamento foi legalizado, aponta que as consequências para a criança são especialmente o fracasso escolar, os problemas para a futura integração profissional e a estabilidade afetiva”.
  • “O recurso à ‘barriga de aluguel’ é inaceitável moralmente porque a mulher não é uma mercadoria contratável e a criança não pode ser utilizada como remédio afetivo para casais do mesmo sexo”.
  • “A ‘barriga de aluguel’ é uma violência radical, já que consiste em privar uma criança do seu direito inalienável às suas origens, do direito de conhecer o próprio pai e a própria mãe. Todos nascemos de um pai e de uma mãe. Que direito existe de privar disto uma criança?”

Costuma ser aduzido neste ponto o fato, igualmente real, de que muitos pais e mães heterossexuais abandonam os próprios filhos. No entanto, a solução para este problema gravíssimo estará mesmo no recurso a outro problema gravíssimo? Por que não se resolve cada problema com a solução que de fato elimina a sua raiz? É uma problemática semelhante à do aborto: o “problema” consiste no despreparo para a gravidez e, por obviedade, a solução está em investir na conscientização, educação e preparação dos jovens para a gravidez – e não em ignorar este verdadeiro problema oferecendo escapes como o aborto, que contribuem para perpetuar a irresponsabilidade sexual dos jovens e dos adultos num ciclo vicioso sem fim. No caso das crianças abandonadas pelos pais, quanto mais se tenta transformar soluções paliativas em “soluções habituais”, mais se desvia do foco: eliminar o problema do abandono, incentivando a paternidade e a maternidade responsáveis.

  • “Como católico praticante, nunca tive que vestir uma armadura para ir à igreja aos domingos. Toda vez que confessei a minha sexualidade a um sacerdote, ele não apenas me ouviu, mas me acolheu com bondade, permitindo-me até fazer a leitura, na missa, dos textos sagrados”.
  • “O lobby gay não representa a totalidade dos homossexuais. Na Europa, ele tem influência em toda parte. A mídia prefere dar visibilidade a um homossexual do lobby LGBT em vez de ouvir um homossexual que não faz parte de um lobby. Se um homossexual não está de acordo com o lobby gay, ele é forçosamente manipulado, marginalizado e relegado. O lobby gay exerce uma ditadura insuportável e nos encerra numa categoria de ‘pessoas especiais’ no seio da humanidade. E isto, na prática, gera desigualdade”.
  • “Cada vez que me pronuncio publicamente, recebo mensagens abertamente hostis na minha página do Facebook: ‘Vamos tocar fogo em você’, ‘Traidor imundo’ etc”.
  • “A Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais é financiada com fundos da União Europeia e de governos como o norte-americano e o holandês. É um truste financeiro: recebeu, em 2012, 1,4 bilhão de euros”.
  • “O lobby gay está decidido a destruir, sem importarem os meios, as instituições do matrimônio e da família natural, com a ajuda de alguns lobbies feministas, como o grupo Femen, que não é o único”.
  • “A questão da ideologia de gênero está intimamente ligada à Procriação Medicamente Assistida e ao seu corolário, a gestação sub-rogada. Para nos fazer acreditar que um homem com um homem ou uma mulher com uma mulher podem ter um filho, eles nos impõem a ideologia de gênero”.
  • “O conceito de gênero é o instrumento de uma revolução antropológica e cultural em nossas sociedades pós-modernas em busca de identidade e igualdade”.
  • “Recentemente, lançamos na Europa uma campanha em favor do matrimônio homem-mulher e da filiação pai-mãe-filhos. Com espírito de esclarecimento, mas também de unidade, a iniciativa cidadã ‘Mum, Dad & Kids’ [‘Mamãe, Papai e Filhos’] propõe que a União Europeia adote uma definição do matrimônio e da família na legislação comunitária. A iniciativa foi apresentada oficialmente em Paris no dia 18 de abril”.
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