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O dia em que Bergoglio ressuscitou

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Esteban Pittaro - publicado em 15/03/17
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Um belo dia, um jornalista se aproximou da Cúria de Buenos Aires e disse: “Queríamos confirmar a morte de Bergoglio”Dezembro de 1999. Dias de calor intenso em Buenos Aires. Compromissos de fechamento do ano, últimas reuniões. Dias de muito estresse. O telefone da cúria portenha toca pela primeira vez: “Queríamos confirmar a morte de Bergoglio”, dizia um jornalista de um dos mais importantes jornais argentinos. “Como?”, responderam do outro lado. Imediatamente, antes mesmo que assessoria de imprensa da Cúria pudesse checar a origem da informação, outra ligação. Agora de uma agência de notícias. Depois, outra…

Na Cúria, ninguém sabia de nada. O que se sabia era que Jorge Bergoglio, então Arcebispo, mas não ainda Cardeal, tinha saído para a Conferência Episcopal. O trajeto era aproximadamente 15 quadras, que separam a Plaza de Mayo da Sede dos Bispos Argentinos. Teria sido neste trajeto o acidente de trânsito a que os jornalistas se referiam?

Outro importante jornal já tinha até preparado a nota de falecimento. Todos aguardando a confirmação da informação. Ninguém tinha visto Bergoglio entrar no edifício da Conferência Episcopal. Havia uma reunião de Prelados, mas ninguém tinha visto Bergoglio entrar.

Diante da insistência do pessoal da Cúria de Buenos Aires, o pessoal da Conferência Episcopal interrompeu a reunião. E lá estava Bergoglio. Ele tinha entrado no edifício por outra rua, sigilosamente como sempre.

Por telefone – e aliviados – avisaram Bergoglio sobre os rumores. Jocoso, o Arcebispo manifestou algumas palavras que, no dia seguinte, repetiu aos jornalistas que o visitaram para os cumprimentos de fim de ano: “Lamentavelmente para muitos, continuo vivo.” Neste dia, um jornalista disse que era a primeira vez que ele via alguém ressuscitado.

Os veículos que tinha preparado as notas de falecimento do então Arcebispo de Buenos Aires tiveram que guardar o material. Entretanto, o perfil biográfico ainda terá de ser acrescentado com muitas coisas. Jorge Bergoglio segue vivo. Como se diz no Brasil, “vivinho da Silva”.

 

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