Ela ficou famosa depois de participar do programa. Agora, usa as redes sociais para evangelizar através da culinária Do convento para a televisão. Assim foram os últimos dias da Irmã Juliana Cruz, uma religiosa que pertence à ordem das Irmãs Dominicanas da Virgem do Rosário de Fátima de Porto Rico.
Apaixonada pela culinária de seu país, ela ficou famosa depois de participar do MasterChef Latino. A irmã não chegou à final da competição, mas a passagem pelo programa a motivou a lançar uma revista eletrônica que mistura culinária e evangelização.
“A revista ‘SisterChef‘ surge para atender a uma demanda de milhares de pessoas que me seguiram pelas redes sociais durante a minha participação no MasterChef Latino. Agora, eu terei a oportunidade de interagir e compartilhar com elas os meus temperos”, disse a religiosa. Os vídeos serão publicados no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter.
Em entrevista à Aleteia, Irmã Juliana conta como está vivendo esta experiência. Confira!
ALETEIA: O que nasceu primeiro, a religiosa dominicana ou a cozinheira?
IRMÃ JULIANA CRUZ, O. P.: A cozinheira, pois aprendi a cozinhar em casa. Desde criança, recebia instruções sobre como fazer as coisas de uma maneira única e perfeita. Foi em casa que meu pai e minha mãe me educaram e me formaram. Meus grandes mestres na cozinha também foram meus pais e minhas irmãs. Venho de uma família grande; os mais velhos iam ensinando os menores e assim por diante.
Por que decidiu se juntar às irmãs dominicanas?
Minha vocação religiosa surgiu da formação que recebi em casa. Madre Dominga Guzmán, fundadora da Congregação, dizia que a fé é semeada pelos pais nos corações dos filhos. Assim aconteceu comigo. Há 35 anos, algumas irmãs chegaram para trabalhar com algumas famílias em minha cidade e eu gostei deste estilo de vida, por isso decidi me juntar a elas.
Como é a vida no convento? A senhora também cozinha lá?
Cozinho quando eu posso. Mas, depois da minha participação no MasterChef, passei a cozinhar mais no convento.
A senhora ganhou fama nas redes sociais e nos meios de comunicação por causa do programa. Como chegou até lá e o que a experiência lhe ensinou?
Cheguei ao programa porque as irmãs me escolheram para representar a Congregação. Para mim, foi um grande compromisso, pois não era só a Irmã Juliana que estava lá, mas uma irmã dominicana de Fátima, uma religiosa. Por isso, sempre que tive a oportunidade, levei a mensagem de que há opções de vida na vida consagrada. A participação no MasterChef me levou a aprofundar ainda mais a minha fé e a minha vocação, reconhecendo as maravilhas de Deus em cada um de nós, já que, em Sua misericórdia, ele escolhe os instrumentos para levar Sua mensagem de salvação.
Naquela ocasião, ele me escolheu. Eu, que não sou das redes sociais e não amo os meios de comunicação. Mas estou aceitando minha opção de vida e esquecendo meus gostos pessoais para levar a mensagem que Deus quer que eu leve.
Como a senhora conseguiu conciliar a vida contemplativa com um reality show?
Sempre tive muito presente em mim que sou religiosa e que tinha que levar minha vida consagrada acima de tudo. Durante o programa, não tive oportunidade de viver minha vida comunitária. Mas sempre estive em silêncio e oração. No período do programa, me impus uma disciplina maior do que tenho no convento, já que assumi um compromisso que não me permitia luxos ou comodidade.
A senhora se imagina algum dia preparando um prato para o Papa Francisco? Tem alguma sugestão de cardápio?
Preparar um prato para o Papa Francisco? Morreria de emoção! O prato ficaria salgado, pois eu iria chorar o tempo todo… Mas, se eu tivesse esta oportunidade, sem dúvida recomendaria um prato porto-riquenho, uma boa sopa com carne de frango deste país para rejuvenescer e dar força física, já que o Santo Padre já tem a força do Espírito Santo com ele.