“Jesus não admite nada que possa levar ao naufrágio do relacionamento. Ele confirma o projeto de Deus, que destaca a beleza do relacionamento humano”Em sua alocução do Ângelus, neste domingo, 7 de outubro, o Papa Francisco reiterou que o matrimônio é a união fiel de amor entre um homem e uma mulher, sustentados pela graça de Deus.
Com base no Evangelho do dia, Francisco destacou que Deus criou o ser humano como homem e mulher e recordou afirmações fundamentais de Jesus sobre a união entre esse homem e essa mulher: “serão uma só carne” e “o que Deus uniu, o homem não separe“.
O projeto de Deus Criador
O Papa enfatizou:
“No projeto original do Criador, não existe que o homem se case com uma mulher e a repudie caso as coisas não vão bem. Não. O que há é o homem e a mulher chamados a se reconhecerem, se completarem, se ajudarem mutuamente no matrimônio.
Este ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimônio como união de amor que exige a fidelidade. O que permite que os casais se mantenham unidos no matrimônio é um amor de doação recíproca, apoiado pela graça de Cristo.
Mas se nos cônjuges prevalece o interesse individual, a própria satisfação, então a união deles não poderá mais resistir. É a mesma página do Evangelho que nos lembra, com grande realismo, que o homem e a mulher, chamados a viver a experiência do relacionamento e do amor, podem dolorosamente praticar atos que a levem à crise”.
Jesus não quer a ruptura
Francisco reforçou a ênfase:
“Jesus não admite o repúdio, nem nada que possa levar ao naufrágio do relacionamento. Ele faz isso para confirmar o projeto de Deus, que destaca a força e a beleza do relacionamento humano”.
O apoio da Igreja
O Papa observou ainda:
“A Igreja, mãe e mestra que compartilha as alegrias e os sofrimentos das pessoas, não se cansa de confirmar a beleza da família do jeito que ela nos foi entregue pela Escritura e pela Tradição. Ao mesmo tempo, a Igreja se esforça para que a sua proximidade materna seja concretamente sentida pelas pessoas que vivem a experiência de relacionamentos partidos ou levados adiante com sofrimento e dificuldade.
O modo de agir do próprio Deus para com o seu povo infiel, ou seja, para conosco, nos ensina que o amor ferido pode ser curado por Deus com a misericórdia e o perdão. Não se pede [da Igreja] imediatamente e somente a condenação. Pelo contrário: diante de tantos fracassos conjugais dolorosos, a Igreja se sente chamada a viver a sua presença de caridade e de misericórdia para levar de volta a Deus os corações feridos e perdidos”.
Ajuda de Maria
Ao finalizar a alocução, Francisco exortou os fiéis a recorrerem à intercessão “da Virgem Maria, para que ela ajude os cônjuges a viverem e renovarem sempre a sua união a partir do dom originário de Deus“.