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Ideias que mudaram totalmente a minha maneira de rezar

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Luisa Restrepo - publicado em 19/11/18
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Para crescermos na vida de oração não é necessário termos excelentes técnicas ou lermos grandes livros de mestres espirituaisAcontece com todo mundo: às vezes, a oração vira rotina ou fica estancada em nosso interior, como um lago pantanoso, um lugar do qual não conseguimos sair e que não nos oferece nada de vida…

Mas eu gostaria de compartilhar com vocês algumas ideias que me ajudaram a ter uma oração mais profunda e melhor. Algumas descobertas que revolucionaram a minha forma de rezar. 

Primeira coisa: oração é fonte de vida. Uma fonte que não tem motivo para ficar estancada. E por que afirmo isso? Porque a oração é um dom do Espírito. Rezamos não porque sabemos rezar ou porque temos técnicas boas de oração. Rezamos porque permitimos que o Espírito que vive em nós brote, tome consciência e se expresse. 

Rezar é perceber nossa realidade mais profunda, o ponto preciso do nosso ser, pelo qual chegamos até Deus, O tocamos e onde recebemos um Deus que nos quer oferecer algo. 

É uma tomada de consciência. Rezar implica fazer-se consciente de uma coisa que há muito tempo ficou inconsciente em nós. O lado divino que se torna consciente quer integrar-se à nossa vida. 

E esse espaço de liberdade interior fica entre a regra e a liberdade: entre as orações que fazemos habitualmente e a presença de Deus. Neste sentido, se conhecermos nossa “fisionomia espiritual”, vai ajudar bastante. 

Romano Guardini disse: 

“A oração pessoal está submetida a determinadas normas. Tais normas estão expressas na mesma doutrina revelada, tal como na Sagrada Escritura, nas regras práticas que a experiência cristã formulou ao longo de seis séculos e nos conselhos da razão e da sabedoria humana que são válidos para toda a atividade espiritual e, portanto, para a oração.

Apesar de tudo isso, a oração pessoal é fundamentalmente livre e a ordem só deve servir aqui para proteger essa liberdade. Quanto mais autêntica é a oração pessoal, menos podem ser ditadas normas sobre ela. 

Mas a oração deve brotar e desenvolver segundo o estado interior de cada pessoa, segundo as circunstâncias em que ela vive e segundo as suas experiências.

Portanto, uma oração que em determinado período era aconselhável pode não ser em outro; assim como a mesma oração pode não ser apropriada para pessoas diferentes. Quando a oração não alcançou sua própria liberdade, ela se faz insegura, monótona e carente de vida.  Daí a necessidade de educar a vida de oração para que ela seja espontânea e se apoie na interioridade pessoal do homem”.

Então, para crescer na vida de oração não é necessário ter excelentes técnicas ou ler grandes livros de mestres espirituais. 

Trata-se, sobretudo, de aprender a ter uma oração cada vez mais autêntica, de proteger nosso espaço de liberdade interior para o encontro com Deus. 

E como conseguimos fazer isso? Abrindo nosso coração para a liberdade de Deus. A oração é um cenário do encontro em que Deus se dá pra mim e eu o recebo. 

Por isso, vale a pena se perguntar: “minha oração é um momento de busca a Deus ou de busca a mim mesma? Eu estou aberta para receber Deus toda vez que rezo?”

Neste caminho para encontrar nosso espaço de liberdade, podemos começar pela oração vocal ou pela mental. O importante é que a oração seja capaz de nos fazer meditar. 

Depois, podemos fazer com que nossa oração seja recitada, cada vez mais, de dentro do coração. Uma oração que busque sua fonte e sua raiz no fundo do nosso ser, além do nosso espírito, de nossa vontade, de nossos afetos e das técnicas. 

Através da oração que vem do coração, buscamos Deus ou as energias do Espírito nas profundezas de nosso ser. Deste modo, começaremos a contemplar. 

E quando for difícil perseverar, quando você estiver em ponto morto, lembre que a oração é um dom. Não se desespere. Abra-se à graça e disponha-se para que algo aconteça. 

Com certeza, esse ponto morto supõe uma sensação de deserto. E é precisamente no deserto que se tem sede. 

Esse deserto nos obriga a buscar a fonte, aquela que está dentro de nós e que tinha um monte de pedras que não deixava a água escorrer. 

Deixar-se levar pela água corrente da fonte, que é o Espírito Santo, fará que o impulso interior Dele brote em nós e nos arraste para a frente. 

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