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Há 32 anos, ela quase abortou. Agora, o filhinho dela se tornou papai!

pai bebê
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Reportagem local - publicado em 15/02/19
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Abandonada e sem recursos, ela não via alternativa além de realizar o seu terceiro aborto… Mas, ajudada, deu à luz o bebê que agora lhe dá um neto!A italiana Paola Bonzi trabalha em defesa da vida de nascituros e gestantes, acolhendo e orientando mulheres que, embora inclinadas a fazer aborto, procuram auxílio junto a instituições conhecidas no país como CAVs: Centros de Ajuda à Vida.

Paola Bonzi com o Papa São João Paulo II

No último dia 15 de janeiro, Paola compartilhou no Facebook o seguinte testemunho sobre uma das gestantes a quem ajudou, mais de três décadas atrás; uma gestante que esteve prestes a realizar o seu terceiro aborto, mas a quem a vida trouxe o maior dos presentes quando ela se atreveu a acolher o presente da vida!

Hoje abri o meu livro de lembranças e, na mesma hora, deslizou para fora dele uma ecografia… Que novidade! As ecografias, aqui, estão na ordem do dia, mas esta…

Uma das nossas primeiras mães, talvez 32 ou até 33 anos atrás, chegou até nós dizendo sem rodeios:

“Eu estou grávida e quero abortar. Sou artista, atuo, pinto, sou especialista em miniaturas (ela dizia aquilo com ar de naturalidade, certamente para granjear certa estima da nossa parte). O pai da criança me abandonou quando soube da gravidez e me deixou sozinha com o aluguel para pagar e sem recursos para viver. Como é que eu vou fazer com um bebê? Eu não posso!”.

Naquela época eu ia só à tarde para o CAV [Centro de Ajuda à Vida], mas a Gabriella tinha chegado de manhã. Só que o Matteo, objetor de consciência, ficava lá o dia todo, e, na esperança de que eu chegasse logo para o diálogo com ela, foi oferecendo a Gabriella, além dos seus ouvidos, também um belo sanduíche de salame.

As palavras da Gabriella foram muitas; ela contou ao Matteo sobre o grupo em que tinha atuado, interpretando coisas que eu nem conheço, e, infelizmente, também sobre os dois abortos que já tinha feito antes.

Eu fiz de tudo para chegar o mais rápido possível. O ar naquela sala já estava um tanto pesado, porque a história da Gabriella começava com relacionamentos familiares muito difíceis.

O diálogo foi desafiador. Parecia que a intenção da Gabriella era encontrar alguma luz, mas sem qualquer espaço, na sua mente ou no seu coração, para aquele bebezinho que crescia dentro dela… Depois de uma abundante hora em que eu fiquei praticamente em silêncio, ouvindo-a com grande atenção, triste com tudo o que ela estava me contando, mostrei a ela as imagens do nosso livrinho mágico, que retrata os estágios do desenvolvimento intra-uterino da criança.

Um soluço abafado.

“Mas ele já está tão formado assim? Sempre me falaram de um montinho de sangue e de células… Mas ele é uma criança mesmo!… Se vocês me ajudarem, eu quero que ele nasça!”

Os meses se passaram e chegou para Gabriella a hora do parto. Como ela deu à luz o seu filhinho no Mangiagalli [o CAV situado em Milão, onde Paola trabalhava], nós subimos para visitá-la, mas não a encontramos. Começamos a procurá-la e foi grande a nossa surpresa ao sabermos que ela estava na ala dedicada aos pacientes com o vírus HIV.

Tommaso tinha herdado naturalmente o vírus, mas havia a esperança de que, à medida que ele fosse crescendo, o vírus se negativasse.

Eles faziam a checagem a cada dois meses, estimando que a negativação provavelmente aconteceria por volta do nono mês – e que, se não acontecesse, ele cresceria com a espada de Dâmocles na cabeça. O medo me inundava e, a cada consulta, eu esperava ansiosamente as boas notícias. Mas não: o vírus continuava lá, presente. Os médicos, no entanto, não pareciam dispostos a se render. Até que, finalmente, aconteceu: o Tommaso estava saudável.

Aconteceram muitas coisas ao longo dos anos, até que, um dia, ao telefone, reconheci de imediato a voz da Gabriella, que, infelizmente, estava desenvolvendo a doença.

“Eu sempre senti você perto de mim, Paola, mesmo sem ter mais te telefonado. Mas agora tem uma coisa especial. O Tommaso se casou. Ele terminou a faculdade de antropologia e agora me trouxe uma coisa que eu queria que você soubesse: a ecografia do bebê que eles estão esperando. Sinto no coração uma alegria estranha… Penso também nos meus filhos que não nasceram… E senti imediatamente o desejo de contar para alguém que agora está chegando um bebezinho, o meu netinho! Para quem eu iria contar se não fosse para você?”

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Publicado no Facebook por Paola Bonzi

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