Estudiosos da felicidade explicam que coisas são necessárias para realmente nos fazer felizesDiferentes estudos indicam que a felicidade não é alcançada apenas por meios materiais. São outros os aspectos que têm maior potencial de nos fazer verdadeiramente felizes.
Michael Norton: gastar com os outros
Segundo o pesquisador social Michael Norton, gastar dinheiro com outras pessoas nos deixa mais felizes do que gastar conosco.
O dinheiro pode nos tornar egoístas e acabar levando a que façamos as coisas apenas para nós mesmos. Para o pesquisador, a razão pela qual o dinheiro não nos torna felizes é que muitas vezes o gastamos em coisas equivocadas e, em particular, de forma egocêntrica.
Um amplo estudo realizado em vários países, tanto ricos como pobres, constatou que as pessoas que gastam dinheiro com outras pessoas são mais felizes do que as que não sabem partilhar.
Além disso, o estudo revelou que a quantidade de dinheiro não importa tanto. Para ser feliz, não é preciso fazer coisas incríveis com o dinheiro. Podemos fazer coisas pequenas e ainda assim obter os mesmos benefícios. O que importa é pôr o foco nos demais.
Robert Waldinger: manter relações estáveis de qualidade
O psiquiatra e professor de Harvard Robert Waldinger afirma que as boas relações nos tornam mais felizes e saudáveis.
Um dos estudos mais longos sobre a felicidade trouxe como resultado que a felicidade não tem a ver com a riqueza, a fama, nem com trabalhar muito. A mensagem mais clara em 75 anos de estudos é que a boa vida se constrói com boas relações.
Isso não tem a ver com a quantidade de amigos que temos ou com a quantidade de pessoas com quem mantemos relações. O que importa é a qualidade das relações mais próximas, já que viver em meio a boas relações oferece proteção não só para o corpo, mas também para o cérebro.
Estar em uma relação em que as pessoas sintam que podem contar uma com a outra em caso de necessidade leva a que se mantenham as recordações mais nítidas por mais tempo e, mesmo com conflitos, na medida que tenham esse sentimento de apoio nos momentos de crise, os conflitos não ficam registrados nas recordações.
Matthew Killingsworth: vivir o momento presente
O psicólogo Killingsworth afirma que para ser realmente felizes precisamos permanecer completamente imersos e centrados em nossa experiência do momento.
A felicidade tem muito a ver com o conteúdo de nossas experiências cotidianas. Foi realizado um estudo sobre a felicidade utilizando o iPhone como meio para supervisionar a felicidade das pessoas no transcurso do dia em tempo real, em escala massiva, em diferentes países.
Os resultados mostram que as pessoas são substancialmente menos felizes quando suas mentes estão vagando do que quando não estão. Uma das razões disso é que, quando nossa mente vaga, frequemente pensamos em coisas desagradáveis ou em preocupações. Ainda quando se pensa em algo neutro, alguém é mais feliz do que quando fica divagando.