“Sobrevivemos porque estávamos vivendo a mensagem de Fátima”O dia 6 de agosto é festa litúrgica da Transfiguração de Cristo. Nessa data, em 1945, a face transfigurada de Deus, refletida em Seus filhos, foi desfigurada pela explosão devastadora da bomba atômica sobre Hiroshima, no Japão, que exterminou quase 140 mil homens, mulheres e crianças.
No entanto, houve milagres entre a destruição. A uma distância de apenas oito quarteirões do marco zero da explosão, uma igreja onde oito padres jesuítas missionários viviam permaneceu de pé e praticamente intacto, ao contrário de edifícios três vezes mais distantes que foram completamente destruídos. Esses jesuítas ficaram na história como os Oito de Hiroshima.
Eles não sobreviveram apenas à explosão que matou instantaneamente 86% das pessoas naquele raio de oito quarteirões; eles viveram até a velhice, não afetados pela radiação que, ao longo dos meses e anos seguintes, matou muitos outros sobreviventes da explosão. Os mais de 200 testes realizados ao longo dos anos mostraram resultados negativos para envenenamento por radiação.
Um dos oito, pe. Hubert Schiffer, tinha 30 anos em 6 de agosto de 1945. Ele havia celebrado a Santa Missa da Festa da Transfiguração e acabara de se sentar para tomar café da manhã quando, em suas próprias palavras: “de repente, uma terrível explosão encheu o ar como uma explosão de trovoada. Uma força invisível me levantou da cadeira, me arremessou no ar, me sacudiu, me espancou, me girou e girou como uma folha em uma rajada de vento de outono”.
Quando lhe perguntaram por que ele e seus companheiros sobreviveram, pe. Schiffer disse: “acreditamos que sobrevivemos porque vivíamos a mensagem de Fátima. Vivíamos e rezávamos o Rosário diariamente naquela casa.”
O convento franciscano de Nagasaki, a capital japonesa do catolicismo
Em 9 de agosto de 1945, outra bomba atômica foi lançada – desta vez em Nagasaki, a cidade conhecida como a capital japonesa do catolicismo, já que quase dois terços dos católicos do Japão moravam lá. Nagasaki ficou devastada. O convento franciscano construído por São Maximiliano Kolbe, no entanto, permaneceu de pé.
O santo polonês, martirizado no campo de concentração de Auschwitz durante a mesma guerra, decidiu construir o convento em um local que muitos achavam que era mal escolhido porque não ficava perto do centro da cidade. Apesar dessas críticas, Maximiliano insistiu em um terreno localizado atrás de uma montanha.
Foi aquela montanha, na verdade, que protegeu o convento quando a bomba atômica destruiu a cidade, matando quase 70.000 pessoas.
No meio de tão horrível morte e destruição, Deus – aparentemente, pelo menos em parte devido à intercessão de Maria – protegeu aqueles missionários, mas certamente não apenas por sua própria causa. Eles viveram e ajudaram os feridos, doentes e moribundos do ataque. Eles viveram para que pudessem ser testemunhas ao mundo dos horrores da guerra e especificamente das armas nucleares. Viveram para ser testemunhas do poder e da misericórdia de Deus, e testemunhas da importância e poder da oração.
Cinquenta e seis anos depois, aprendemos a lição?