A venda de doces era a fonte de renda fundamental de um convento beneditino espanhol de mais de 1.000 anos de existênciaUm grupo de leigos católicos combinou comprar todos os doces que haviam ficado “encalhados” num convento de Oviedo, norte da Espanha, por causa das restrições impostas à população devido à pandemia de covid-19: as freiras beneditinas não conseguiram vendê-los na Páscoa e, portanto, ficaram sem uma fonte fundamental de renda para a comunidade.
Ao saber da situação, um morador local acionou um grupo de WhatsApp e mobilizou as pessoas a fazerem filas (devidamente organizadas e seguras) para comprar os doces excedentes na porta do convento de San Pelayo (São Pelágio).
A mensagem divulgada no grupo dizia:
“Boa tarde. Primeiramente, me desculpem por esta mensagem; sei que aqui não é o lugar, mas, enfim. É sobre a comunidade beneditina conhecida como ‘Las Pelayas’. Uma de suas atividades de subsistência é a confeitaria. Elas não conseguiram vender nada e ficaram com um montão de doces que teriam que jogar fora. Elas me ligaram para ver a quem poderiam doar os doces. Mas antes que elas façam isto, se algum de vocês quiser presentear alguém ou a si mesmo com os doces, pode comprá-los no convento das 9 às 14h e das 16h às 18h30. Podem espalhar para os seus amigos. Seria muito bom para as irmãs”.
Uma onda de solidariedade chegou então a familiares, amigos e conhecidos do grupo e os moradores começaram as filas ainda no primeiro dia. Chegada a noite, não restava mais nenhum doce para ser vendido, o que gerou o problema contrário: agora as freiras tinham que atender o excesso de demanda.
O convento situado no Principado das Astúrias existe há mais de mil anos: foi fundado em 994, com a chegada das relíquias do mártir São Pelágio. Além da confeitaria, as freiras da comunidade também vivem da encadernação e da restauração de livros.
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