“A ação da Igreja começou com o encargo de fortalecer os que se encontram fracos” – mas existe uma fraqueza ruim e uma fraqueza boaO Evangelho de São Mateus (9,36) nos conta que Jesus se compadeceu das multidões porque “estavam cansadas e abatidas“. Ele chamou e enviou Seus doze apóstolos para expulsarem demônios, realizarem curas e fortalecerem os que estavam física ou espiritualmente fracos (cf. Mt 10,1).
Em artigo publicado no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, o pe. João Bechara comentou essas passagens para compor uma bela reflexão baseada na seguinte premissa:
“A ação da Igreja começou com o encargo de fortalecer os que se encontram fracos”.
Ele prossegue:
“Pela Unção dos Enfermos, ela encoraja os doentes, comunicando-lhes fé, esperança e vigor.
Pela Confissão, cura as chagas das almas e perdoa os pecados.
Por meio da pregação, fortalece fracos na fé.
Mediante o serviço caritativo em hospitais, creches, casas de acolhidas etc., sustenta os que padecem de alguma debilidade material”.
A razão de ser da Igreja no mundo é a fraqueza humana, observa ele, recordando que o Filho de Deus Se encarnou justamente porque Se compadeceu da nossa fraqueza!
Fraqueza ruim e fraqueza boa
O pe. João Bechara também propõe uma interessante diferenciação:
A fraqueza ruim, segundo ele, é a dos pusilânimes, dos vitimistas, dos reclamões, dos que fogem da responsabilidade e deixam tudo inacabado, não querendo se cansar. Muitos que agem assim podem talvez achar-se “fortes”, mas caem facilmente e, quando descobrem seus pontos fracos, se desesperam.
Já a fraqueza boa é a dos que reconhecem com humildade e serenidade que precisam do Senhor e dos demais, conscientes de que o cansaço e a sensação de impotência fazem parte desta vida. Graças a essa fraqueza boa, eles são compassivos e solidários como Jesus, que teve compaixão de nós e até viveu provações semelhantes às nossas (cf. Hb 4,15). Ele mesmo recebeu ajuda do Cireneu, pediu água à Samaritana, clamou na Cruz “Meu Deus, por que me abandonaste?” e, ao ser sepultado, contou com a caridade de José de Arimateia.
São Paulo, como nos lembra o sacerdote, deixou claro:
“Trazemos este tesouro em vasos de argila, para que esse incomparável poder seja de Deus, e não nosso” (2Cor 4,7).
“Quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10).
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