Houve quem criticasse o título sem sequer saber do seu contexto e sentidoA nova encíclica do Papa Francisco se chama “Fratelli tutti“, que, em italiano, significa “Irmãos todos“. E esse título não será traduzido, mas mantido em italiano em todas as demais edições da encíclica em quaisquer outras línguas.
A informação veio de Andrea Tornielli, diretor editorial do Dicastério para a Comunicação. Com essa decisão, o Vaticano deu fim a um artificial e cansativo falso debate que já vinha surgindo em vários países sobre como fazer uma tradução “politicamente correta” que não parecesse “machista” por deixar de fora as “irmãs todas”.
Tornielli explicou:
“Como se sabe, as primeiras palavras da nova carta circular são inspiradas no grande santo de Assis, cujo nome o Papa Francisco escolheu. Como é uma citação de São Francisco (cf. Admoestações, 6, 1: FF 155), o Papa obviamente não a alterou. Seria absurdo pensar que o título, em sua formulação, contenha qualquer intenção de excluir de seus destinatários mais da metade dos seres humanos, ou seja, as mulheres. Pelo contrário, Francisco escolheu as palavras do santo de Assis para inaugurar uma reflexão sobre um tema com o qual se preocupa muito, que é a fraternidade e a amizade social, e, por isso, pretende se dirigir a todas as suas irmãs e irmãos, todos os homens e mulheres de boa vontade que povoam a terra. A todos, de forma inclusiva, jamais exclusiva”.
Como infelizmente não é incomum, houve quem criticasse o título automaticamente, sem sequer saber do seu contexto e do seu sentido.
“Fratelli tutti” é a terceira encíclica de Francisco. A primeira foi a “Lumen Fidei“, de 29 de junho de 2013, com título em latim (“A Luz da Fé”). A segunda foi a “Laudato si’“, de 24 de maio de 2015, título em italiano medieval tomado também de palavras de São Francisco de Assis (“Louvado sejas”).
A nova encíclica será assinada em 3 de outubro na própria cidade de Assis, após Missa no túmulo de São Francisco, cuja festa litúrgica é celebrada em 4 de outubro.
Leia também:
O Papa acrescentou 3 invocações à Ladainha de Nossa Senhora: isto é “normal”?