O Papa Francisco tem defendido o acesso gratuito e voluntário de todos à vacina, especialmente dos “mais vulneráveis e necessitados”Vaticano vacinará 1.200 pobres na Semana Santa contra a covid-19, informou o cardeal Konrad Krajewski, responsável pela Esmolaria Apostólica, departamento da Santa Sé que tem a função de exercer a caridade para com os pobres em nome do Sumo Pontífice.
Vale uma observação importante sobre a palavra “esmola”: em português, esse termo foi adquirindo um sentido um tanto pejorativo com o passar das gerações, mas, originalmente, refere-se à oferta de ajuda material a pessoas necessitadas, com motivação, neste caso, na caridade cristã e nas obras de misericórdia.
A Igreja Católica, aliás, é a instituição que mantém a mais vasta e sólida estrutura mundial de obras voltadas a ajudar os necessitados, incluindo hospitais, maternidades, casas de acolhimento, creches, escolas, dispensários médicos, dormitórios para desabrigados, centros para refugiados, barcos-hospitais, clínicas de recuperação de dependentes, refeitórios populares, programas de resgate de vítimas de tráfico humano e um longuíssimo etcétera – que, embora tão amplo, pouca divulgação e reconhecimento recebe da assim chamada “grande mídia”.
No Vaticano, entre diversas outras iniciativas, o Papa implantou desde lavanderia até barbearia gratuita para pessoas carentes, conforme você pode conferir neste artigo:
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Um dos mais relevantes pacotes de ações de ajuda ofertado pela Igreja nestes tempos de pandemia diz respeito, é claro, ao combate à covid-19 e ao tratamento dos infectados pelo coronavírus. Entre as iniciativas implementadas estão as de vacinação, que começaram ainda em janeiro com a imunização das primeiras 25 pessoas sem teto que sobrevivem nas proximidades da Praça de São Pedro. Esse primeiro grupo era formado por homens e mulheres maiores de 60 anos e com dificuldades de acesso às estruturas de saúde italianas.
Durante esta Semana Santa, um mutirão de vacinação de pessoas pobres já está sendo preparado para acontecer em instalações específicas na Sala Paulo VI. A vacina a ser aplicada é a mesma que já foi dada ao Papa Francisco, ao Papa Emérito Bento XVI e aos funcionários da Santa Sé: a da Pfizer-BionNTech.
Os médicos e profissionais de saúde envolvidos na iniciativa são voluntários que já trabalham no Ambulatório Mãe de Misericórdia, outro programa de saúde permanente do Vaticano. Também participarão os funcionários da Diretoria de Saúde e Higiene do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, entre outros colaboradores.
O Papa Francisco tem defendido as garantias de acesso gratuito e voluntário de todos à vacina, especialmente dos “mais vulneráveis e necessitados”, conforme ele afirmou na última mensagem de Natal, antes de dar a Bênção Urbi et Orbi. Naquela ocasião, Francisco exortou:
“Peço a todos os responsáveis pelos Estados, empresas, organismos internacionais, que promovam a colaboração e não a competição e que busquem uma solução para todos, vacinas para todos, especialmente para os mais vulneráveis e necessitados em todas as regiões do planeta. Em primeiro lugar, os mais vulneráveis e necessitados”.
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