116 bebês abortados e abandonados à morte receberam sepultamento cristão no Equador desde 2017 graças à iniciativa "Bebês ao Céu", realizada pela Pastoral da Família da arquidiocese de Quito, em parceria com o Serviço Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses do país.
Neste último dia 21 de maio foram sepultados 25 bebês que tinham sido abortados ou que haviam morrido após serem abandonados. A cerimônia contou com a Santa Missa celebrada por dom Danilo Echeverría, bispo auxiliar de Quito, que, na homilia, denunciou que esses pequenos inocentes "morreram de forma violenta".
A iniciativa foi implementada em 2017, quando bebês recém-nascidos afogados foram achados num parque público de Quito. A chocante notícia veio pouco antes de outra sobre um cachorro que havia sido abandonado no mesmo parque. Embora o abandono de animais também seja cruel e revele um problema importante que precisa ser tratado, chamou a atenção da Pastoral da Família e de vários grupos equatorianos pró-vida o fato de que a notícia dos bebês recém-nascidos afogados e jogados num parque repercutisse menos na mídia do que a notícia sobre o cão abandonado.
A situação ficou ainda mais chocante quando se descobriu que, no necrotério da capital do país, havia mais de 90 restos de bebês congelados à espera de trâmites para o sepultamento. A Pastoral da Família atuou junto ao Ministério Público, à arquidiocese de Quito e ao cemitério Santa Rosa para proporcionar sepultamento cristão aos bebês. Um primeiro grupo, com 51 corpos de bebês abandonados, pôde ser sepultado ainda em 2017. No ano seguinte, foram mais 40. Agora, foram mais 25.
Segundo a agência ACI Prensa, o sepultamento cristão dos bebês abandonados foi interrompido no Equador em 2019 e 2020 porque a então ministra María Paula Romo, do governo esquerdista de Lenín Moreno, alegou que o país é laico e que o gesto de se dar sepultamento aos restos mortais de bebês abortados passaria ao público a "mensagem de que o aborto é uma coisa ruim".
Em contrapartida, Amparo Medina, coordenadora da iniciativa "Bebês ao Céu", declarou à mesma agência que esses bebês não podem ser tratados como "coisas ou objetos", mas sim como crianças que merecem "amor e respeito como qualquer outra pessoa":
Na retomada dos sepultamentos dessas crianças neste último dia 21 de maio, dom Echeverría questionou a atual ideologia que advoga por um suposto "direito de matar": não apenas bebês no útero materno, mas quaisquer pessoas vistas como "estorvo para a sociedade". O bispo denunciou:
Ele também pediu a Deus, durante a homilia, que toque o coração das pessoas para entenderem que "a vida de nenhuma pessoa pode ser violada".
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Com informações da agência ACI Prensa e do repórter Pablo Cesio para Aleteia em espanhol