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Copa América: quando termina o jogo, o que importa são as pessoas

MESSI /NEYMAR
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Esteban Pittaro - publicado em 12/07/21
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O último abraço entre Messi e Neymar mostra que o que acontece dentro de campo não deve ser transferido para a vida

A análise futebolística da Copa América 2021 pode render muito pano para a manga. A abordagem sócio-política do momento em que foi realizada e dos altos e baixos da organização também. Mas há imagens e mensagens desta "Copa América da Pandemia" que revelam o que o futebol tem sido, é e pode ser.

Por trás de cada jogador, uma família.

Leonel Messi, no fim do último jogo, criou sua própria bolha de solidão para fazer uma chamada de vídeo e mostrar aos filhos a medalha. Depois, sua esposa, o recebeu em Rosário, Argentina, em uma cena de amor como as de filmes.

Ao mesmo tempo, o goleiro Emiliano Martínez teceu elogios e agradecimento à esposa pelo nascimento de seu segundo filho. Ele não pode acompanhar o parto porque estava na concentração, no trabalho.

A imagem de Messi e Neymar abraçados por minutos é uma das mais fortes que o esporte de alta competição já deu. Porque mesmo sendo dois dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, um deixou por um momento suas lágrimas de alegria e o outro de tristeza simplesmente para abraçar e ficar com o amigo.

A imagem subsequente dos dois sentados e rindo, como se o que eles tinham acabado de concluir fosse um momento de futebol entre solteiros e casados, ficará para a história.

Com o feito concluído, a grande maioria dos jogadores de futebol argentinos correu para abraçar Messi. Nas palavras de Martínez, eles estavam mais felizes pelo que a vitória de Messi (que conquistou pela primeira vez a Copa América pela Argentina) significava para ele do que por aquilo que o campeonato representava para si mesmos.

A sensação de que, por talento, resistência e resiliência, Messi merecia o título, pairou durante toda a Copa América. Algo semelhante a Ángel Di María, que antes de cada final havia sofrido um revés, mas nesta ocasião conseguiu concretizar o objetivo da vitória.

Havia tornozelos sangrentos. Às vezes, a metáfora da guerra venceu a dos esportes. Mas foi um jogo, e eles competiram. Não houve partidas sem abraços, risadas, reunião entre colegas de equipe e até reconhecimentos espontâneos da trajetória e adequação.

Isso, aliás, pode ser visto no diálogo entre o técnico equatoriano Gustavo Alfaro e o brasileiro Tite: "Continue lutando porque isso é seu e você acabará sendo campeão mundial. Lembre-se do que eu lhe digo. Lute contra isso, você dignifica isso, por favor, eu lhe peço." 

Enfim, o abraço final entre Messi e Neymar mostra que o que acontece dentro de campo não deve ser transferido para a vida. E que a oportunidade de multiplicar os valores do esporte tem que valer muito mais do que a cegueira apaixonada que confronta e inimizades.

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