Paulo VI foi o primeiro Papa a viajar de avião, o primeiro a deixar a Itália desde 1809 e o primeiro a visitar todos os continentes.
Ele fez visitas pastorais a Uganda (a primeira vez na história que um Papa viajou à África) e às Filipinas, participou de congressos eucarísticos em Bombaim (Índia) e Bogotá (Colômbia), além de discursar nas Nações Unidas, em Nova York.
Atualmente, estamos acostumados a ver Papas em turnê pelo mundo. Entretanto, um Papa sair de Roma foi, por séculos, bastante excepcional.
Durante os primeiros 500 anos do cristianismo, os Papas só deixariam Roma se fossem forçados a isso - na maioria das vezes, quando enviados ao exílio pelas autoridades imperiais. De acordo com relatos apócrifos, o Papa Clemente I foi exilado por Trajano e depois martirizado no Mar Negro por volta do ano 99. O Papa Ponciano (230-235) morreu no exílio, na Sardenha. O Papa Cornélio (251-253) também morreu após um ano de exílio em Civitavecchia (a apenas 80 quilômetros de Roma). Mas o exílio dificilmente conta como "viagem".
Do século VI em diante, encontramos pelo menos três Papas que viajaram de Roma para Constantinopla: Vigílio (em 547), Agatão (680) e Constantino (710). Em 752, o Papa Estêvão II se tornou o primeiro Papa a cruzar os Alpes para coroar Pepino, o Breve. Pio VII fez a mesma coisa (apenas cerca de mil anos depois) para coroar Napoleão. Mas, claro, nenhum deles tinha um avião à sua disposição.
João Paulo II, de fato, fez mais viagens pastorais do que todos os seus predecessores juntos: ele viajou aproximadamente 721.050 milhas, o que é mais ou menos o equivalente a 31 viagens ao redor do globo.
Mas é Paulo VI quem ainda detém não só o título de primeiro Pontifíce a viajar de avião, mas também o de ser o primeiro a viajar para fora da Europa. Suas viagens deram o exemplo para seus sucessores (João Paulo II, Bento XVI e Francisco), que continuaram fazendo jornadas apostólicas.