Do alto do Corcovado, a enorme estátua do Cristo Redentor é o símbolo do Rio de Janeiro. Com seus enormes braços abertos, o Cristo protege a cidade e o Brasil. E a milhares de quilômetros de distância, outra estátua, mais modesta, também protege sua cidade. É a estátua de Santa Genoveva, padroeira de Paris, localizada na Pont de la Tournelle.
O olhar benevolente que estas duas imagens colocam, cada uma em sua cidade, é o primeiro ponto comum eminentemente espiritual entre elas.
O segundo, entretanto, é de ordem mais artística. Muitos o ignoram, mas o escultor que fez a estátua de Santa Genoveva de Paris é o mesmo executou parte do projeto da imagem do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. O nome dele? Paul Landowski, um escultor francês.
Construída em 1928, a estátua de Santa Geneviève é um monumento importante em Paris. Mas, para o artista, esta estátua será para sempre sinônimo de más lembranças. Decepcionado com a orientação escolhida para sua estátua - de costas para a catedral de Notre-Dame de Paris -, ele não compareceu à inauguração do monumento.
Apesar desse caso infeliz, Paul Landowski é um escultor apreciado. Na França, seu talento é unânime. Mas sua popularidade não se limitou apenas à sua terra natal. Este se irradia além das fronteiras, a tal ponto de, em 1931, ser convidado realizar a famosa estátua monumental do Cristo Redentor no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro. Um projeto de grande porte que ele dividiu com o engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa e o escultor Gheorghe Leônida. Com suas dimensões gigantescas, continua sendo uma das maiores estátuas de Cristo do mundo. Um belo projeto que o fez, sem dúvida, esquecer suas desventuras parisienses.