O leito de morte do Papa Pio XII também serviu de apoio para o parto de 40 crianças. Eram filhos e filhas de refugiadas da Segunda Guerra. Muitos recém-nascidos foram batizados de "Eugenio" - nome de Pio XII - e apelidados de "filhos do Papa".
Pio XII morreu em 1958 no quarto principal do apartamento pontifício do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, localizado a cerca de 26 quilômetros da Cidade do Vaticano.
Recentemente, as portas dos apartamentos de verão dos Papas foram abertas ao público por vontade do Papa Francisco.
Filhos de refugiadas
Na época, o diretor dos Museus do Vaticano, Antonio Paolucci revelou que no quarto, então previsto para o uso do Papa Eugenio Pacelli, várias mulheres refugiadas da Segunda Guerra Mundial foram protegidas pelo pontífice e autorizadas a dar à luz.
Em 22 de janeiro de 1944, as forças militares nazifascistas aterrorizavam a população civil, enquanto a cidade costeira de Anzio era alvo do desembarque do exército dos Estados Unidos na Itália. Assim, uma parte da região italiana do Lácio tornou-se um campo de batalha.
Por isso, os refugiados da região procuraram e encontraram um lugar seguro nas Vilas Pontifícias.
Estima-se que até 13.000 pessoas lá permaneceram até a libertação de Roma, em 4 de junho de 1944.
O apartamento papal
O apartamento papal foi cedido às mães que estavam prestes a dar à luz. Desta forma, naqueles tempos de guerra, dezenas de crianças puderam nascer no quarto com grandes janelas voltadas para uma faixa azul no horizonte devido ao Lago Albano.
Aos próximos turistas que poderão visitar a Vila Pontifícia e o quarto dos papas, onde também morreu Paulo VI em 1978, o diretor Paolucci sugeriu: "Olhem do terraço e verão a pura beleza, o milagre da natureza".
Nesse mesmo espaço há uma imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus, um guarda-roupa, uma escrivaninha de madeira e um retrato do Papa Gregório.
O presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Giuseppe Bertello, assegurou: “Nada foi tocado ou modificado no apartamento, para que os visitantes possam ver e saborear a vida cotidiana geralmente tranquila dos Pontífices no lugar onde passavam o verão".
O apartamento está relacionado com a história de 33 Papas, mas apenas 15 deles estiveram lá, começando com Urbano VIII.
O último que passou seus dias de verão em Castel Gandolfo foi o Papa Emérito Bento XVI. Em 28 de fevereiro de 2013, Joseph Ratzinger deixou o Vaticano de helicóptero depois de renunciar ao pontificado. Quando os portões do Palácio foram fechados, começou a sede vacante.