Podemos perguntar-nos como é possível alcançar uma união mística com Deus, ou mesmo se isso seria possível.
A nossa dúvida pode levar-nos a recorrer a livros e manuais com instruções para encontrarmos o segredo desta união mística.
No entanto, São Boaventura acreditava que a união mística não era algo alcançado através da pesquisa, mas apenas através da rendição ao Espírito Santo.
Ele explicou os seus pensamentos num livro intitulado From the Journey of the Mind to God (Da Viagem da Mente a Deus).
Para que esta Páscoa seja perfeita, devemos suspender todas as operações da mente e devemos transformar os picos dos nossos afetos, dirigindo-os apenas a Deus. Esta é uma experiência mística sagrada. Não pode ser compreendida por ninguém, a menos que se renda a ela; nem pode render-se a ela, a menos que a deseje; nem pode ansiar por ela, a menos que o Espírito Santo, que Cristo enviou ao mundo, venha e inflame a sua alma mais íntima. Daí o Apóstolo dizer que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo.
É tentador no mundo moderno pensar que existe uma fórmula particular que nos ajudará a alcançar uma união mística com Deus, mas São Boaventura não pensava que isso era possível.
Ele reiterou o seu ponto de vista de que esta experiência não pode ser encontrada na investigação ou no enterrarmo-nos em exercícios intelectuais.
A união mística com Deus deve ser vista mais como um dom, do que algo a ser apreendido ou alcançado com base nos nossos próprios méritos.
Através da graça de Deus, e do fogo do nosso próprio amor, podemos aproximar-nos de Deus e estar unidos a Ele nesta vida, bem como na próxima.