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O profundo significado das músicas do funeral da rainha Elizabeth II

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J-P Mauro - publicado em 21/09/22
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O funeral reuniu alguns dos músicos mais consagrados da Inglaterra, que executaram os hinos favoritos da rainha e outros compostos especialmente para a ocasião

Na segunda-feira, 19 de setembro de 2022, o Reino Unido e o mundo se despediram da rainha Elizabeth II em um extenso funeral na Abadia de Westminster. O dia foi marcado por apresentações dos melhores músicos da Inglaterra, que prestaram homenagens à monarca com uma coleção de hinos que fizeram referência ao gosto musical da rainha às tradições da família real. 

A rainha Elizabeth II, de fato, era conhecida por seu amor pela música, que incluía uma grande variedade de gêneros. De acordo com a BBC, a música favorita dela era “Oklahoma!” (Howard Keel). 

Elizabeth II reinou durante um período de avanço musical sem precedentes – tanto tecnológico quanto estilístico – e a Inglaterra prosperou sob sua orientação nesta área. Ela valorizou centenas de artistas e nomeou vários músicos para a Ordem do Império Britânico.

Esses músicos se reuniram no funeral da rainha para uma exibição sem precedentes. A cerimônia contou com a execução de música sacra por alguns dos compositores mais célebres da Inglaterra, incluindo Edward Elgar, Ralph Vaughan Williams e Charles Villiers Stanford. 

A família real chegou ao ponto de encomendar duas novas peças escritas especialmente para a ocasião.

Música original

A primeira dessas peças originais é uma leitura do Salmo 42, composto por Judith Weir. Os comentários de Weir sobre a peça estão no site de música clássica Slippedisc

A segunda peça original escrita para o funeral da rainha Elizabeth II foi o hino de encerramento Who shall separate us from the love of Christ? (“Quem nos separará do amor de Cristo?”), composto por James MacMillan. Este compositor escocês é um dos músicos contemporâneos mais respeitados do Reino Unido. Ele detém o título de Comandante da Ordem do Império Britânico e foi nomeado pela própria rainha em 2015.

Em um tuíte, MacMillan agradeceu humildemente à coroa pela oportunidade de prestar uma última homenagem à rainha Elizabeth.

Fortes emoções

De fato, houve muitos momentos emocionantes durante o funeral da rainha Elizabeth II. Um deles ocorreu logo no início do cortejo fúnebre, quando o coro irrompeu em canto, cantando as Sentenças, que são linhas das Escrituras transformadas em músicas e executadas em todos os funerais reais desde o século XVIII.

Cantadas enquanto o caixão da rainha adentrava a abadia, essas passagens das Escrituras falam da morte e da promessa de ressurreição. O coro marcou a abertura do serviço fúnebre anglicano.

Homenagem militar

Os coros e os músicos fizeram várias homenagens ao longo do dia, mas algumas das peças mais tocantes vieram no fim do funeral. Uma delas foi a execução de “The Last Post”, que marca o fim do dia militar ou o fim de uma vida. Foi uma homenagem à rainha como comandante das Forças Armadas britânicas. Após a música, toda a nação permaneceu em silêncio por dois minutos.  

“The Last Post” foi seguido por “Reveille”, que é tradicionalmente tocada para acordar as tropas todas as manhãs. Essa música, simbolicamente, despertou a nação de seu momento de silêncio, instante em que todos os presentes se levantaram para cantar o hino inglês, “God Save the King”.

Para nós, no entanto, a música mais emocionante do dia veio do gaiteiro da rainha que tocou a tradicional música escocesa “Sleep, Dearie, Sleep”. 

De fato, o gaiteiro que tocava todas as manhãs para acordar a rainha agora tocou para ela descansar.

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