Madre Velma e Madre Telma nasceram em 9 de novembro em Morelia, México, em uma família católica. Movidas por uma fé fervorosa, entraram para a Congregação das Filhas da Maria Imaculada de Guadalupe. Uma escolha comum movida pela proximidade entre elas e por gostos semelhantes. "Ambas pensamos mais ou menos a mesma coisa, e às vezes também compramos exatamente as mesmas coisas", afirmam.
Hoje, as duas irmãs de 38 anos vivem e testemunham sua fé em Guanajuato, um território mexicano marcado pela violência e pela pobreza. O local é palco de uma guerra sem lei entre traficantes e cartéis de drogas. Explosões, tiros à queima-roupa e acertos de contas estão no cotidiano dos habitantes.
Em meio a essa onda de violência, Velma e Telma tentam manter as almas de centenas de estudantes sob seus cuidados. Elas lideram, cada uma em uma cidade diferente, uma faculdade. Nada é fácil quando os alunos convivem com a violência, a hipersexualização e as ideias progressistas, como a ideologia de gênero.
Mas a vocação religiosa fala mais alto para elas. Vocação que veio de forma precoce para as irmãs. Velma foi marcada por um acidente de carro que a paralisou por muitos meses e a levou a pensar sobre o sentido que queria dar à vida. Quando menina, ela dizia para si mesma que “a coisa mais importante em nossa vida é Deus, então a coisa mais preciosa que podemos fazer é dedicar nossa vida a Ele”.
Dificuldade em aceitar a renúncia
Velma deu o tom e, aos poucos, Telma a seguiu no caminho vocacional, embora mais relutante em deixar a família. No entanto, ela conseguiu, porque “nada é impossível para Deus”.
Separar-se dos pais foi difícil, especialmente porque as jovens tinham apenas 17 anos quando entraram na congregação escolhida.
Para as duas irmãs, a falta de vocações acontece, em grande parte, por causa da dificuldade dos jovens em aceitar a renúncia e correr o risco do sacrifício. Na realidade, não é uma crise de vocações, mas uma “crise de respostas”, porque Deus continua a chamar!
A vocação matrimonial e a religiosa já não suscitam tanta adesão porque os jovens se recusam a assumir um compromisso duradouro. No caso do casamento, essa tendência continua se confirmando, especialmente porque o Estado participa diretamente da desconstrução da identidade familiar e da dessacralização do casamento, segundo as freiras.
Até mesmo nos livros escolares a família é atacada. E as duas irmãs, muitas vezes, se encontram cara a cara com jovens que consideram o casamento antiquado ou a Igreja retrógrada. Uma situação dramática, diante da qual elas pedem aos católicos que mostrem coragem e não deixem o conforto do silêncio e da inação tomar conta. E Velma conclui: