O túmulo do Conde Drácula pode estar em uma igreja de Nápoles conhecida como Santa Maria Nova. A peculiar conclusão foi alcançada por um grupo de pesquisadores em 2014, com base em estudos científicos e históricos.
O Conde Drácula
O famoso romance de fantasia gótica escrito por Bram Stocker popularizou o vampiro Drácula no mundo inteiro. Ficções à parte, o célebre personagem é baseado em uma pessoa histórica real, o príncipe Vlad Draculea III (1431-1476), da Valáquia, região que hoje faz parte da Romênia.
O príncipe era conhecido como "o Impalador", já que martirizava cruelmente os seus inimigos ao literalmente espetá-los com grandes estacas de madeira. Depois, pregava os corpos das vítimas nos jardins do seu castelo.
Apesar dessa crueldade chocante, o príncipe é considerado herói nacional na Romênia pela sua luta contra a invasão otomana.
Mas como foi que Vlad III chegou a Nápoles?
Segundo alguns pesquisadores, o corpo do Impalador foi levado até a cidade italiana por sua filha Maria Balsa, depois de, supostamente, ter sido morto em batalha contra os turcos no ano de 1476.
Já a própria Maria Balsa teria chegado a Nápoles graças ao rei espanhol Fernando de Aragão, grande aliado de Vlad, que teria acolhido a jovem para salvá-la da perseguição turca.
O verdadeiro nome de Maria seria Zaleska, enquanto o apodo "Balsa" poderia ser traduzido como "filha do dragão", segundo o estudioso napolitano Raffaele Glinni: em romeno antigo, o termo "bal" quer dizer dragão, enquanto o sufixo "sa" corresponde a "filho de".
Mais tarde, Maria se casou com o filho do camarlengo do rei, Giacomo Alfonso Ferrillo, cuja família era nobre.
O mistério do túmulo de Drácula
Em 2014, um grupo de estudiosos italianos respaldados por pareceres de peritos da Universidade de Tallinn, na Estônia, sugeriram que o túmulo de Matteo Ferrillo, o sogro de Maria, poderia abrigar os restos mortais de Vlad, o Impalador.
Maria Balsa teria escondido o corpo do pai no túmulo do sogro, que se encontra no claustro da importante igreja de Santa Maria Nova, na tentativa de lhe dar um enterro digno - o príncipe, afinal, tinha sido excomungado da Igreja devido aos seus atos atrozes.
Mas por que os pesquisadores chegaram a esta conclusão?
As decorações presentes no túmulo, em particular um dragão, estariam entre as chaves do mistério.
Há também símbolos de matriz egípcia, nunca antes vistos num túmulo europeu. Duas esfinges opostas, emblema da cidade de Tebas, aludiriam a Vlad: Tebas, afinal, era conhecida pelos egípcios como "Tepe" - e, na Romênia, o príncipe era chamado de Vlad Tepes ("impalador", em romeno).
Outro indício simbólico no túmulo seria uma das estrelas no brasão de Ferrillo: estranhamente, a sua ponta está voltada para baixo, indicando excomunhão.
Existe ainda uma pista bastante direta: há uma inscrição misteriosa na Capela Turbolo da igreja de Santa Maria Nova cuja escrita é indecifrável - exceto por uma única palavra claramente legível e recorrente: "Vlad".
O mistério continua, enquanto o grupo de pesquisadores angaria fundos para continuar a bancar a investigação.
Fonte: Santi, Miracoli, Misteri e Santuari: Appunti e testimonianze sulla fede, Paolo Mesolella, pag. 275; santamarialanova.com