O preço do sangue foi o que muitos cristãos em todo o planeta tiveram de pagar ao longo deste ano pelo simples fato de serem cristãos.
Os números são esmagadores. 75% dos perseguidos por causa da fé são cristãos, informa a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) no seu mais recente relatório sobre a liberdade religiosa no mundo. Mais de 360 milhões de cristãos foram "fortemente perseguidos e discriminados" por causa da sua fé em todo o planeta, confirma a ONG evangélica Portas Abertas. E esta perseguição assume muitas formas, menos ou mais violentas, menos ou mais sangrentas.
Neste ano, por exemplo, o governo indiano tentou expulsar do país as Missionárias da Caridade, a reconhecidíssima congregação fundada pela Santa Madre Teresa de Calcutá em 1950. Elas acabaram sendo autorizadas a permanecer no país, mas essa conquista não se repetiu no caso da Nicarágua, de onde foram mesmo expulsas. Aliás, Daniel Ortega está liderando uma verdadeira caçada aos católicos no país centro-americano: entre muitos exemplos dramáticos, a perseguição levou à expulsão de congregações religiosas e até do núncio apostólico, à proibição de procissões, à prisão de padres e mesmo de um bispo.
Mortos por serem cristãos
No Afeganistão, a perseguição está se transformando num extermínio sistemático dos cristãos. Com o colapso do governo afegão, a retirada das tropas dos EUA e da OTAN e o retorno dos talibãs em agosto de 2021, a situação no Afeganistão ficou ainda pior do que já era. Em março de 2022, os talibãs proibiram os afegãos de saírem do país, enquanto prosseguiam a sua "operação de limpeza" de porta em porta, procurando suspeitos de terem quaisquer relações com os EUA e caçando pessoas que, tais como os cristãos, são acusadas de não respeitarem as estritas obrigações islamistas do regime talibã.
As perseguições foram sangrentas em 2022. Mortos por serem cristãos: este foi o final trágico que padres, freiras e muitos fiéis leigos encontraram neste mundo ao longo deste ano.