O ser humano vive em média 80 anos. Por este tempo, são 600.000 horas de vida. Considerando que passamos um terço deste tempo dormindo e outro terço trabalhando, isso nos dá um total de cerca de 200 mil horas vividas efetivamente. Bem, se considerarmos que, deste tempo há o transporte, compras em supermercados, filas, entre outras coisas, quantas horas realmente vivemos?
No final de cada ano sempre faço uma reflexão sobre o ano vivido. As alegrias, dores, dificuldades, e por aí se vai. Também medito sobre o tempo que despendi com minha família, amigos e... Deus. Embora não esteja com Ele a todo tempo, é incrível como desejo, e às vezes até exijo, que Deus esteja comigo 24 horas por dia. Afinal, Ele é meu Criador e tem a “obrigação” de estar ao meu lado a todo tempo, o tempo todo, não é mesmo? Quanta insolência! Quanta prepotência! Querer que meu Criador seja meu criado e resolva todos os meus problemas cotidianamente.
No limiar do ano percebo que fui o principal responsável pelos meus erros, falhas, quedas. De fato, Deus sempre esteve ao meu lado, mas não o contrário. Ao longo do ano muitas vezes ao resolver os problemas à minha maneira, do meu jeito, e quase nunca deu certo, não acabou do jeito que eu queria. Por outro lado, vejo também que nos momentos mais difíceis lá estava o meu Amor-Criador como naquela linda história “Pegadas na Areia”, e fui sim carregado em Seu colo Paterno.
Cheguei (assim imagino) à metade da minha vida. Afinal, tenho 50 anos, o que me faz olhar para o futuro de forma diferente, pois não tenho mais 200 mil horas de vida. Aliás, sequer a metade deste tempo.
O que virá então nos próximos anos?
Em primeiro lugar, não pensar nos próximos anos, mas sim no próximo dia, na próxima hora, uma vez que o passado não existe mais e o futuro é incerto. Tenho apenas o hoje, o agora. Não tenho sequer a certeza de que estarei vivo quando esta reflexão for publicada. Duras palavras, eu sei, mais reais.
Isto me leva ao segundo ponto.
Viver a vida em Deus, para Deus, com Deus. É fato que somos capazes de lembrar de alguns dos nossos antepassados: pais, avós, bisavós e até mesmo tataravós. Mas, não lembraremos de todos os detalhes vividos por cada um deles. Também é certo que, um século depois que partimos para a eternidade, poucas pessoas se lembrarão de nós. Ou melhor, talvez apenas Deus, pois nos criou e nos conhece há muito tempo, como diz o profeta: “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado” (Jr 1,5). Assim, preciso que todos os meus atos tenham como objetivo o Céu, pois é lá que quero um dia chegar.
Isto me conduz ao terceiro e último ponto.
Viver o aqui e agora com toda a sua intensidade, pois quero ser santo. E ser santo, por incrível que pareça, embora difícil, mas não impossível, é simples. Basta ser humano. Como um dia disse São Pe. Pio de Pietrelcina, “os santos amam mais do que as pessoas apegadas ao mundo”. Como buscar a santidade? No dia a dia, nos pequenos gestos. É trabalhar para viver e não viver para o trabalho. No tempo efetivo de vida, dispender com aqueles que amo: a família e os amigos. Amar o próximo como a mim mesmo. E quem é meu próximo? A palavra diz por si. Próximo, aquele que estiver por perto. Se no amor há perdão, a cada dia perdoar-me pelos erros que cometi, mas também ao outro. Afinal, embora humanos, erramos e precisamos do perdão um do outro, pois amar o próximo como a si mesmo é o segundo maior mandamento, conforme nos ensinou nosso Divino Mestre (Mt 22, 37-39)
É diante dessa reflexão que, chegando ao fim de mais um ano, proponho para você um caminho de releitura honesta de encerramento de mais esse ciclo: O Retiro de Revisão de Vida sob a ótica da Criação, disponível no Hozana. Convido você a olhar de forma profunda para as conquistas e falhas deste ano vivido, e ver que todas elas são grandes oportunidades de crescimento e gratidão. Clique aqui para se inscrever no Retiro de Revisão de Vida do Hozana.
Assim, espero que você também, por esta pequena reflexão, encontre-se e encontre a Deus.
Tenha um feliz e abençoado ano novo. Aliás, um feliz dia novo a cada novo dia do ano.
Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana