Ele ficou cego em um acidente, converteu-se e virou escultor

Em 1991, Andrea era um jovem italiano de 21 anos que levava uma vida despreocupada. Estudos em economia, namorada, carro, conta bancária recheada... Mas nada de vida espiritual ou oração. 

Até que Deus quis o contrário. 

Uma tarde, quando voltava de uma estada nas montanhas, um grave acidente de carro o jogou contra uma árvore. A namorada, que estava no veículo com ele, escapou ilesa, mas o mesmo não aconteceu com Andrea. Os ferimentos foram tão graves que a vida do jovem corria risco.

 Após 20 dias em coma no hospital de Verona, doze operações e mais dois meses de convalescença, o jovem se recuperou. Mas ele nunca mais verá a vida como antes - literal e figurativamente -, pois Andrea ficou cego.

No entanto, a visita de um carmelita durante sua convalescença virou a vida deste italiano de cabeça para baixo. "Você teve uma bênção, você que carrega esta cruz , disse o religioso com um grande sorriso. 

"Não entendi imediatamente o que ele quis dizer", disse Andrea ao jornal italiano Credere . "Eu senti como se ele estivesse me provocando. Quis dizer-lhe 'toma a minha cruz, porque O amas tanto', mas depois ele começou a rezar e eu o segui. A partir desse momento, começamos uma longa jornada juntos."

Depois, Lara - a namorada do rapaz - também começou a rezar o Rosário com Andrea. Essa provação vivida juntos por meio da oração fortaleceu o amor deles, a ponto de decidirem se casar, mas não antes de irem juntos em peregrinação a Medjugorje, em 1998.

Andrea descobriu que, apesar de sua deficiência, ele podia estudar e aprender a trabalhar com argila. Ele entendeu que podia "ver" e criar com suas mãos. "Esquecemos que as mãos sentem, vêem e percebem a grandeza do mundo. Como quando você reza o Terço: é com os dedos que você o segue (…) É com os dedos que você sente Deus", lembrou.

Bianco utiliza vários materiais para criar: argila, mármore, madeira, bronze e, em raras ocasiões, concreto.

Seu material favorito é a madeira, porque, segundo ele, ela ensina a paciência, a humildade, a escuta e a reflexão.

Seus trabalhos favoritos estão relacionados à fé, com caráter científico e cultural, como o "Crucifixo do Santo Sudário".

A artista o criou com base no que aprendeu ouvindo as descrições dadas pela sindonologista Emanuela Marinelli.

Seu crucifixo feito em bronze foi exposto por um tempo na catedral de Turim. Hoje ele se encontra no museu diocesano daquela cidade.

A segunda escultura é um rosto de Cristo em argila sobre uma base de mármore, atualmente localizado no Museu do Santo Sudário do Instituto Regina Apostolorum em Roma.