Às 9h do horário italiano, nesta segunda-feira, 2 de janeiro de 2023, as portas da Basílica de São Pedro no Vaticano foram abertas aos fiéis e peregrinos que quiseram prestar a sua última homenagem ao Papa Emérito Bento XVI, falecido neste último sábado, 31 de dezembro.
Assim como no caso de São João Paulo II em 2005, o corpo do Papa Emérito jaz ao pé do baldaquino da basílica.
Ele está vestido com uma simples casula vermelha sobre uma alva branca bordada, além de uma mitra simples; não há estola. Não sendo ele o pontífice reinante, o corpo do Papa Emérito não traz o pálio nem outras vestes pontifícias. Os sinos da basílica não repicaram. Respira-se no templo um ar de simplicidade, recolhimento e silêncio.
O corpo de Bento repousa mantendo nas mãos o rosário com o qual rezou até o fim para sustentar a Igreja, conforme o Papa Francisco recordou nos primeiros dias do agravamento das suas condições de saúde.
"Senhor, eu te amo" foram as últimas palavras do pontífice falecido. Elas ressoam no silêncio da multidão e nos gestos piedosos das pessoas que o recordaram como fiel à Igreja até o fim.
O arcebispo dom Georg Gänswein, que era o secretário particular do Papa Emérito, velou o seu corpo até esta manhã, às 6h55, no mosteiro vaticano Mater Ecclesiae. A transferência dos restos mortais foi feita às 7h, com um breve rito oficiado às 7h15 pelo cardeal Gambetti, já na basílica.
Ao longo da Via della Conciliazione, que leva à Praça de São Pedro, a prefeitura de Roma instalou barreiras para direcionar o fluxo de fiéis durante os três dias em que será possível prestar homenagem ao Papa alemão.
Às 9 da manhã, a fila na praça já tinha várias centenas de metros. Até o início da tarde, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé com base em números da gendarmaria vaticana, cerca de 40.000 pessoas já haviam comparecido para rezar diante do corpo de Bento XVI.