Você acha difícil rezar? E ainda assim, o desejo de aprofundar seu relacionamento com Cristo está presente. Mas este desejo é atrapalhado facilmente por várias distrações, cansaço e preocupações. Às vezes desaparece por completo. Deus então parece estar ausente… Fique tranquilo, a experiência da aridez é comum. Sim, nem sempre é fácil ser fiel ao compromisso.
Mas existe uma maneira eficaz de se agarrar ao caminho da oração?
Para Teresa d'Ávila, a primeira coisa a fazer é perceber que a oração é "um intercâmbio de amizade no qual muitas vezes falamos, sozinhos, com Aquele que sabemos que nos ama". É, portanto, um encontro com Cristo, um momento privilegiado de amizade com Ele. É a história de sua amizade.
Consequentemente, a oração não pode ser apenas um olhar trocado ou algumas palavras ditas de passagem, é "um encontro que dura mais ou menos tempo, com o desejo de amar a Deus e de reconhecer-se como amado por Ele", como explicou o irmão carmelita Dominique Sterckx, autor de "L'oraison, petit guide pratique", uma obra luminosa publicada pelas Edições Emmanuel.
Coração, Palavra, Espírito
Mas como, em termos concretos, podemos cultivar esta amizade com Cristo? Antes de tudo, devemos decidir praticá-la "com determinação", aconselha Teresa d'Ávila. Como é uma questão de amizade, não podemos dizer a nós mesmos: vou testá-la e ver se funciona: se funcionar, vou continuar, se não, vou desistir. Em uma amizade, você permanece fiel. Assim, para se manter sem desanimar, é essencial "permanecer humilde e confiante para com Aquele que nos chama, e amá-lo", diz o irmão Dominique Sterckx.
Na realidade, seus fundamentos estão nestas três palavras-chave: o coração, a Palavra de Deus e o Espírito Santo. Pois a oração é acima de tudo "o compromisso de minha liberdade, o que o Evangelho chama de coração (que é diferente de sentimento). É a resposta que eu dou à Palavra que Deus me dirige em Jesus Cristo, escolhendo confiar, em outras palavras, acreditar. E finalmente, não há oração cristã sem a presença ativa do Espírito Santo", explica o Carmelita.
O lugar da oração é no coração
Como a oração é um encontro com um Amigo, ela não pode, portanto, ser apenas uma atividade da mente. Seu lugar é no coração. "Um verdadeiro encontro entre as pessoas não se faz com pensamentos; posso conhecer bem a outra pessoa sem ter uma relação humana com ela, ter pensamentos piedosos, ou recitar o Pai Nosso sem dirigi-lo ao Pai", escreve o religioso.
"Deus nunca deixa de nos falar, se soubermos ficar em silêncio e dedicar tempo para escutá-lo"
Da mesma forma, uma amizade pode crescer com a condição de que saibamos escutar o outro. "Deus nunca deixa de nos falar, às vezes até mesmo em silêncio, se soubermos ficar em silêncio e dedicarmos tempo para ouvi-lo nas Escrituras e no segredo de nossos corações". Devemos aprender a ouvi-lo como ouvimos um amigo", aconselha ele. Mesmo que nem sempre compreendamos o significado de suas palavras, é importante confiar nele. Assim, a oração será alimentada pela escuta da Palavra.
Não há oração sem a presença ativa do Espírito Santo
Finalmente, não há oração sem a presença ativa do Espírito Santo. Deus envia o Espírito Santo para o coração humano. Ele vem como um apoio: "O Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza, pois não sabemos rezar como devemos" (Rm 8,26).
Para entrar em oração, nada melhor do que começar invocando o Espírito Santo para que ele ajude, para que ele inspire, para que ele seja "a alma da oração", observa o irmão Dominique Sterckx. É por isso que é indispensável dedicar tempo para descer ao coração, para escutar a Deus e invocar o Espírito Santo.