A cidade de Nova Iorque se tornou na semana passada a primeira dos Estados Unidos a oferecer pílulas abortivas gratuitamente à população, numa clínica do bairro do Bronx.
Além de a cidade já manter onze hospitais que realizam abortos cirúrgicos, o prefeito Eric Adams quer expandir o acesso ao que chama de "serviços de saúde reprodutiva" mediante a oferta das pílulas abortivas. Para isso, outras três clínicas habilitadas para essa distribuição serão abertas nos bairros de Harlem, Queens e Brooklyn. Elas poderão distribuir pílulas suficientes para provocar 10 mil abortos por ano.
No início de janeiro, a Food and Drug Administration (FDA), agência do governo norte-americano equivalente à Anvisa no Brasil, anunciou um afrouxamento das restrições aos assim chamados "medicamentos indutores de aborto" para uso doméstico. Ou seja, tornou-se mais fácil fazer aborto em casa recorrendo a medicamentos específicos. Para facilitar ainda mais a cultura do aborto, a prefeitura nova-iorquina resolveu distribuir esses medicamentos de modo gratuito - leia-se pago pelo contribuinte.
O portal católico OSV News observa que a FDA admitiu que as pílulas abortivas e seus genéricos aprovados geraram sérias preocupações de segurança quando foram submetidos a um programa de avaliação e mitigação de riscos. Mesmo assim, a FDA informou que, em sua análise, "os benefícios do medicamento superam seus riscos". Os mesmos medicamentos são usados para induzir o parto em gestantes que sofreram aborto espontâneo precoce.
Estima-se que esses medicamentos, que podem provocar o aborto no primeiro trimestre da gestação, representaram 53% de todos os abortos realizados em clínicas dos EUA em 2020.
Os números devem aumentar bastante, agora que não é mais necessária nenhuma visita médica presencial para iniciar o processo. A facilitação começou em 2021, quando, devido à pandemia e às suas restrições à mobilidade, a FDA permitiu consultas médicas virtuais e entregas de remédios pelo correio.