Apesar do clérigo britânico William Oughtred ter estudado Filosofia e Teologia, a Matemática era a sua grande paixão. E foi a essa disciplina que ele dedicou grande parte da sua vida.
Contribuições para a Matemática
Além de introduzir o uso da cruz (×) como sinal de multiplicação, entre suas contribuições destaca-se também o uso da letra grega π, com valor de 3,1416, para expressar a razão entre o comprimento da circunferência e seu diâmetro.
As abreviaturas sin e cos para as funções trigonométricas de seno e cosseno também foram algumas de suas suas invenções.
Pároco e professor
William Oughtred foi pároco da Igreja de Albury, perto de Guildford, Inglaterra, por 50 anos. Ficou lá até a morte, em 1660.
Naquela época, Oughtred combinou seu trabalho na Igreja com a dedicação à sua outra paixão: parte de seu tempo foi usado para expandir seus conhecimentos matemáticos e ensiná-los gratuitamente a todos os alunos interessados.
Alguns de seus alunos tornaram-se pessoas importantes no mundo da ciência, como John Wallis (criptógrafo e participante da invenção do cálculo), Sir Christopher Wren (famoso arquiteto, astrônomo e fundador da Royal Society), Richard Delamain, que trabalhou regularmente cálculo e relógios de sol, e John Wallis que desenhou o símbolo do infinito (∞).
Durante os anos de universidade, habituou-se a utilizar o horário noturno para ampliar seus conhecimentos matemáticos, algo que fez de forma autodidata. E quando foi ordenado sacerdote, continuou a estudar apenas à noite, a fim de cumprir as suas obrigações à frente da sua paróquia.
Vários livros de matemática
Seu interesse pelo assunto o levou a escrever vários livros que influenciaram os matemáticos da época.
Essas obras, escritas em latim, incluíam muitos sinais matemáticos que o próprio Oughtred havia inventado e projetado .
O primeiro foi escrito em 1628 para ensinar a um de seus alunos tudo relacionado à aritmética e à álgebra. Foi publicado em 1631 sob o título de Clavis Mathematicae, e era um resumo de todo o conhecimento que Oughtred havia adquirido graças à sua formação autodidata.
Uso do X
Neste livro, o autor usou pela primeira vez o X da cruz de Santo André como sinal de multiplicação (×). A proposta foi bem recebida entre os matemáticos, mas não em geral.
Houve quem, como o alemão Gottfried Leibniz, preferisse usar como sinal um ponto (∙) ou um asterisco (*) no meio dos dois fatores, argumentando que a cruz em "X" poderia ser confundida com a letra "x", que representa a incógnita em uma equação.
No final, as propostas inglesas foram aceitas em todo o mundo e ainda hoje são usadas pelos matemáticos.
Cruz de Santo André
Esta cruz tem dois ângulos agudos e dois obtusos e também é chamada de cruz decussata (em forma de x).
É uma cruz muito utilizada na heráldica (estudo dos brasões) e na vexilologia (estudo das bandeiras). De fato, muitas bandeiras nacionais ou regionais a incluem. Provavelmente, a mais popular é a do Reino Unido, que combina a Cruz de São Jorge para a Inglaterra, a Cruz de Santo André para a Escócia e a Cruz de São Patrício para a Irlanda.
Martírio do Apóstolo
Santo André foi um dos apóstolos de Jesus, irmão de São Pedro e morreu martirizado em Patras (Grécia). Ele foi amarrado a uma cruz em forma de X.
Lá, sofreu por três dias, até a morte. Durante seu tormento, aproveitou para pregar e instruir no cristianismo todos que se aproximavam dele.