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ONU admite que regime da Nicarágua comete crimes contra humanidade

DANIEL ORTEGA
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Jaime Septién - publicado em 07/03/23
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Daniel Ortega e sua mulher Rosario Murillo não têm mais a desculpa de que o "imperialismo" está tentando interferir em assuntos internos do governo da Nicarágua: de Genebra, na Suíça, um balde de água gelada caiu sobre eles.

O veredito do Grupo de Especialistas em Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Nicarágua destacou que o governo sandinista, pelo menos desde abril de 2018, viola sistematicamente os direitos humanos dos cidadãos. Em resumo, foram apontadas "violações generalizadas dos direitos humanos que constituem crimes de lesa-humanidade contra civis por motivação política".

A lista de violações é enorme e inclui execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias, tortura e privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanência no país. O relatório da ONU registra que, de dezembro de 2018 até o momento, pelo menos 3.144 ONGs foram fechadas e todos os meios de comunicação independentes foram silenciados. A opressão contra a Igreja Católica também está documentada.

Além de exigir a libertação imediata dos cidadãos que foram detidos arbitrariamente, como é o caso do bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, o grupo de especialistas criado em 2022 convocou a comunidade internacional a se mobilizar contra os responsáveis ​​por esses crimes.

Como Fidel Castro

Assim como Fidel Castro proibiu em 1972 a celebração do Natal em Cuba, também Daniel Ortega proibiu a celebração da Via Sacra nas vias públicas de todas as cidades do país centro-americano. As estações poderão ser meditadas somente dentro de igrejas ou dos limites do seu terreno, privando a maioria do povo católico local de uma das mais piedosas e arraigadas tradições da Semana Santa.

Este ato unilateral e arbitrário, como tantos outros impostos pelo regime da Nicarágua nos últimos anos, decorre da violação sistemática do direito universal à liberdade religiosa por parte do governo sandinista, canalizada com especial crueldade contra a Igreja Católica.

O bispo dom Silvio José Báez, que está exilado nos Estados Unidos, denunciou via Twitter: "A ditadura da Nicarágua proibiu as estações da Via Sacra nas ruas. O que não poderão impedir é que o Crucificado revele a Sua vitória em cada ato de solidariedade, em cada luta pela verdade e pela justiça e em cada esforço para defender a dignidade das pessoas".

A hostilidade do casal Ortega-Murillo contra as manifestações religiosas se junta à "visão" do ditador sobre a Igreja Católica, tachada por ele de "máfia" ou… "ditadura".

Fiéis da arquidiocese de Manágua relataram que a polícia está visitando as igrejas para verificar se a proibição de procissões está sendo cumprida.

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