Neste dia 22 de março, um grupo de jovens italianos participará de uma mesa redonda com políticos de várias tendências ideológicas sobre como os atores culturais, sociais e políticos do país podem se unir para incentivar a população a ter filhos. De fato, a Itália tem uma das taxas de fertilidade mais baixas do mundo: apenas 5 países têm taxa menor. Além disso, o próprio Papa Francisco tem lamentado frequentemente o “inverno demográfico” que atinge o país.
O evento deste dia 22 incluirá uma mesa redonda entre dez jovens italianos de 20 a 35 anos e quatro políticos representantes de partidos que vão da direita à centro-esquerda. O objetivo é estimular uma “primavera demográfica”, refletindo sobre quais políticas e iniciativas culturais e sociais podem ser adotadas para incentivar os jovens casais a terem mais filhos. O encontro será transmitido ao vivo no site dos organizadores e contará com palestras de outras figuras relevantes, como o presidente do Instituto Nacional de Estatística da Itália (Istat) e dois prefeitos.
A jornada foi organizada pela Rete per la Giornata della Vita Nascente” (Rede para o Dia da Vida Nascente), um grupo de cerca de 45 associações, em sua maioria cristãs, que se uniram para promover a vida e aumentar a natalidade. Todos os anos, eles organizam um festival em março para a promoção cultural da maternidade, paternidade e vida nascente. Seu objetivo é encorajar os políticos a estabelecer um dia para a vida nascente em 25 de março, festa da Anunciação, quando o Filho de Deus se fez homem no ventre de Maria.
De acordo com o The World Factbook, com apenas 1,24 nascimentos por mulher, a Itália tem a pior taxa de fertilidade da Europa e a 6ª pior do mundo. A taxa de natalidade em 2023 no país foi de 7 nascimentos por 1.000 pessoas. As mulheres italianas tendem a ter filhos em média por volta dos 31 anos. Registaram-se 392.598 nascimentos em 2022, ou seja, 7.651 a menos que em 2021 (-1,9%).
Apelos do Papa Francisco
Em numerosos discursos, orações e apelos, o Papa Francisco tem lamentado o “inverno demográfico” que afeta a Itália e outros países, principalmente europeus. Ele já chamou esse fenômeno de “tragédia” e “emergência social”.
O pontífice também pediu “menos egoísmo” por parte de indivíduos que podem ver as crianças como “uma ameaça” para sua vida. Ele explicou que todos os níveis da sociedade – institucional, midiático, cultural, econômico e social – precisam “promover, melhorar e implementar políticas concretas voltadas à revitalização do nascimento e da família” para ajudar a superar “barreiras ideológicas”.
Por outro lado, Francisco elogiou países como a França, que tem a segunda maior taxa de fertilidade da Europa, por implementar “medidas pró-família muito boas”.