Enquanto diversos países evacuavam as suas equipes diplomáticas do Sudão na manhã deste domingo, o Papa Francisco lançava mais um apelo por diálogo e mais um pedido de oração pela paz no país. Ele voltou a recordar a situação do Sudão depois de rezar o Regina Caeli ao meio-dia, na Praça de São Pedro.
"Infelizmente, a situação no Sudão continua grave. Por isso, renovo o meu apelo para que a violência cesse o quanto antes e o caminho do diálogo seja retomado. Convido todos a rezarem pelos nossos irmãos e irmãs sudaneses".
A crise aumentou acentuadamente na manhã de 13 de abril. Dois dias depois, houve combates intensos entre partidários do líder de fato do Sudão, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o "senhor da guerra" Muhammad Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.
Em 16 de abril, um dia depois de o país mergulhar na guerra, o Papa Francisco declarou:
"Acompanho com preocupação os acontecimentos que se desenrolam no Sudão. Estou próximo do povo sudanês, já tão provado, e convido todos a rezarem pela deposição das armas e pela retomada do caminho da paz e da concórdia".
Já nos primeiros quatro dias do conflito, cerca de 300 pessoas, a maioria civis, perderam a vida. O New York Times descreve a situação como um cenário em que "generais rivais transformaram uma cidade de cinco milhões de pessoas numa arena para a sua guerra pessoal". Uma análise da revista britânica The Economist aponta que a luta entre generais sudaneses rivais pode desencadear conflitos étnicos, arrastando países vizinhos para o caos.
O Papa Francisco visitou o Sudão do Sul em fevereiro. O país foi criado em 2011 após declarar-se independente do Sudão, que é majoritariamente muçulmano sunita, com pequena minoria cristã.