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Como saber se um ente querido está ou não no purgatório?

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Anna Ashkova - publicado em 08/05/23
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Através de nossas orações, podemos abreviar o período de purificação das almas. Mas como saber se essas orações deram frutos e se nossos entes queridos falecidos não estão mais no purgatório?

Misteriosa solidariedade que une todos os membros da Igreja para além das fronteiras da morte, a comunhão dos santos permite abreviar o período de purificação das almas do purgatório. Esta ajuda passa essencialmente pela oração, como recorda o Catecismo da Igreja Católica:

Reconhecendo claramente esta comunicação de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda peregrinam venerou, com muita piedade, desde os primeiros tempos do cristianismo, a memória dos defuntos; e, "porque é um pensamento santo e salutar rezar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados" (2 Mac 12, 46), por eles ofereceu também sufrágios. A nossa oração por eles pode não só ajudá-los, mas também tornar mais eficaz a sua intercessão em nosso favor.

Mas como saber se essas orações realmente ajudaram as almas que partiram desse mundo a deixar o purgatório? 

O tempo terreno é diferente do tempo do purgatório

Como indica o padre Jean-Marc Bot, "o tempo terreno é diferente, o tempo do inferno é diferente, o do céu é outro e o do purgatório é outro".  Assim, não se pode dizer quanto tempo a alma humana permanece no purgatório. 

“A duração dessa purificação necessariamente nos confunde porque não envolve mais eventos históricos. Está mais próximo do que chamamos de tempo psicológico. Podemos, portanto, imaginar que cada alma do purgatório tem uma relação muito pessoal com o tempo”, diz o padre Jean-Marc Bot. 

Assim, é possível supor que, se alguns permanecem por muito pouco tempo, outros talvez permaneçam “até a vinda gloriosa de Cristo no final da história universal”. Mas, na realidade, permanece um mistério. “Nossa única certeza é que o tratamento de cada pessoa é 'sob medida'. Neste sentido, há tantos tempos qualitativos quantas almas no purgatório”, especifica padre Jean-Marc Bot. É, portanto, impossível definir o tempo que cada pessoa passa no purgatório, assim como é impossível saber se essa alma o deixou ou se ainda está lá.

As almas do purgatório podem falar sobre seu destino?

No entanto, um sinal do parente falecido às vezes pode indicar que ele não está mais no purgatório. Foi assim que São João Bosco teve a visão de seu amigo Louis Comollo após sua morte. Os dois prometeram que o primeiro deles a morrer avisaria o outro de seu destino eterno. Louis morreu pouco depois. Na noite seguinte ao seu funeral, os companheiros do quarto de João foram acordados sobressaltados por um barulho assustador. Então, a porta do dormitório se abriu, uma luz maravilhosa jorrou e ouviu-se uma voz muito suave: “Bosco, estou salvo!"

Santa Faustina também recebia visitas de almas que ela conseguia libertar por meio de suas orações e de seus sofrimentos oferecidos. As almas do purgatório ainda vinham ver o Padre Pio para pedir-lhe que rezasse por elas e para agradecer-lhe.

Mas, como explicou à Aleteia D. Paul Denizot, reitor do santuário de Notre-Dame de Montligeon, “essas manifestações são raras”. Se alguns nos convidam a prestar atenção aos sinais, como a aparição em sonho de um ente querido falecido, D. Paul Denizot diz que não devemos acolhê-los. “Só é preciso evitar dar muita importância a esses sinais, sob o risco de cair no espiritismo”, alerta. 

Assim, é quase impossível saber se um ente querido está ou não no purgatório. “E tanto melhor, porque o único juiz é Deus e, se soubéssemos tudo, não precisaríamos mais dele", afirma Denizot.

O sacerdote, no entanto, tranquiliza aqueles que estão preocupados em rezar pela purificação da alma de um ente querido quando este já pode estar no Céu: “Orações nunca são desperdiçadas. Fazem crescer o amor”.

Portanto, somos convidados a sempre rezarmos pelos defuntos, mesmo que nada saibamos sobre o destino deles no além.

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