Na sua "pequenez", a Igreja Católica na Mongólia "vive da comunhão fraterna, da oração, do serviço abnegado à humanidade sofredora e do testemunho da sua fé", afirmou neste 4 de setembro o Papa Francisco durante o seu último discurso em território mongol, dedicado aos colaboradores da recém-inaugurada Casa da Misericórdia.
Ao abrir essa instituição de caridade para abrigar as iniciativas da pequena comunidade católica local, o papa traçou um paralelo entre as ações dos primeiros cristãos, narradas nos Atos dos Apóstolos, e as ações atuais dos católicoss mongóis a serviço de toda a sociedade.
"Ao chegarem a Ulan Bator na década de 1990, os primeiros missionários sentiram imediatamente o chamado à caridade", recordou Francisco. O papa elogiou o serviço desses pioneiros e dos seus sucessores, que chegaram em 1992 para trabalhar com "crianças abandonadas, irmãos desabrigados, doentes, pessoas com deficiência, presos e todos aqueles que, no seu estado de sofrimento, Ele pediu que fossem acolhidos".
O pontífice lembrou que "foi o próprio governo mongol que pediu ajuda aos missionários católicos para enfrentar as numerosas emergências sociais de um país que, na época, se encontrava numa fase delicada de transição política marcada pela pobreza generalizada".
Com a nova Casa da Misericórdia, a ação caritativa da Igreja assume uma nova forma, pois "é a Igreja particular que opera este projeto, em sinergia com todos os componentes missionários, mas com uma identidade local clara".
Convidando os católicos a viverem a lógica da gratuidade e a se apoiarem no trabalho voluntário, Francisco explicou que "a gratuidade ilumina a alma, cura as feridas do coração, nos aproxima de Deus, abre a fonte da alegria e mantém a juventude interior".
Destacando mais uma vez que "o verdadeiro progresso das nações não se mede pela riqueza econômica e menos ainda pelo investimento no poder ilusório das armas, mas sim pela sua capacidade de garantir a saúde, a educação e o crescimento integral do seu povo", o papa encorajou a comunidade católica mongol a se disponibilizar aos outros mediante o trabalho voluntário.