Os indicadores adotados pelos diferentes departamentos de uma empresa servem para avaliar o desempenho diante de metas previamente traçadas, o posicionamento da marca no mercado e entre os colaboradores, o lucro e outros objetivos estratégicos relacionados ao planejamento e aos valores da companhia.
Foi pensando nisso que a área de recursos humanos do clube de livros Minha Biblioteca Católica e do serviço de streaming Lumine criou uma métrica estritamente ligada ao propósito pró-vida do grupo católico detentor das duas empresas. O departamento inovou ao passar a medir o número de nascimentos ao ano e relacioná-lo à política de valorização da vida que o grupo promove.
Na prática, esse indicador aponta quantos bebês nasceram de pais ou mães que trabalham no grupo. E a primeira divulgação do número foi bastante comemorada: houve 20 nascimentos no último ano, sendo que José foi o nome mais escolhido pelos papais e mamães.
"O indicador de nascimento é muito mais significativo do que aparenta. Uma empresa onde os colaboradores confiam seu futuro é uma empresa onde é possível construir famílias. Um negócio de sucesso é definido pela certeza que as pessoas têm de estarem seguras e acolhidas para serem pais e mães. É isso que almejamos como grupo", explica Matheus Bazzo, fundador da Minha Biblioteca Católica e da Lumine.
Valorização da vida
O departamento de RH não se limita a divulgar o indicador de nascimento. Existem outras iniciativas que valorizam a família dos colaboradores e, especificamente, a chegada de um bebê na vida de um colaborador.
Assim que o time de RH tem a informação da gravidez, já começa a montar um mimo especial pensado para a família. O kit é composto por objetos que têm conexão com a cultura e a história da organização, sem deixar de serem úteis e afetivos. O bebê, então, ganha um body estampado com a frase "Ecce nova facio omnia" ("Eis que renovo todas as
coisas") e uma naninha do anjo da guarda.
Para a família, a empresa oferece uma carta de boas-vindas ao novo integrante e de felicitações aos pais, um ícone onomástico de acordo com o nome do bebê (caso não seja o nome de um santo, a equipe busca uma referência que faça sentido para a família), além de um terço.
Já as mamães são presenteadas com um um creme. O objetivo é lembrá-la, através do pequeno mimo, da sua importância e de que que ela merece cuidados especiais.
"Em um mundo onde cada vez mais testemunhamos a desvalorização da vida humana e dos
bebezinhos — sejam aqueles dentro do ventre das mães através do aborto, sejam aqueles fora
do ventre através de atos terroristas como os que presenciamos recentemente —, nós queremos oferecer uma resposta possível. Nunca cansaremos de gritar ao mundo de que amamos nossos bebês e valorizamos a vida em todas as suas formas e situações", acrescenta Bazzo.
Outros benefícios
Mesmo antes da adoção da métrica de nascimentos, o grupo já adotava a licença-paternidade de 20 dias e o trabalho híbrido ou remoto, permitindo que os funcionários alcancem o equilíbrio saudável entre suas responsabilidades profissionais e pessoais.
Além disso, há iniciativas para se trabalhar com empatia em relação aos aspectos gerais da vida do time, ouvindo com atenção e cuidado, incentivando o desenvolvimento e direcionando os colaboradores sempre que possível.
De forma análoga, o grupo passará a adotar em breve o indicador de "casamentos".
Resultados entre o time
De acordo com a empresa, as iniciativas de valorização da vida, entre outras, impactam positivamente no dia a dia da equipe e melhoram o engajamento dos colaboradores com os propósitos organizacionais.
A última pesquisa de clima, por exemplo, apresentou um resultado de quase 100% de engajamento e uma classificação de excelência quando a questão era a imagem da marca empregadora.
"Engajar um time que não trabalha 100% do tempo presencial é uma tarefa muito difícil quando não se tem adesão ao propósito da empresa. Aqui, há a prova de que é possível", esclarece Cecília Carvalho, líder de RH.
A líder acrescenta: "Em mais de 10 anos atuando na área de recursos humanos, em diferentes segmentos, nunca havia vivenciado algo parecido. Aqui as pessoas realmente vestem a camisa e trabalham pelo propósito".