Ao ler sobre a vida de São Luiz e Santa Zélia Martin podemos, por vezes, ficar incrédulos, por terem entrado no Carmelo as cinco filhas sobreviventes do casal. Que tipo de fé estes pais conseguiram inculcar nas mentes destas jovens, que todas desejaram entrar na vida religiosa?
A última a entrar, com 15 anos de idade, foi Santa Teresinha do Menino Jesus. Com uma vida simples, caseira mesmo, destes pais, por seu exemplo de fé no Altíssimo, sem grandes arroubos, mostraram às filhas que o caminho de adoração a Deus era o correto. Sem as obrigar ou as ameaçar. Muito menos por terem cometido algum ato que as desabonasse a ponto de as colocar num convento.
Difícil de acreditar, afinal isto ocorreu no decorrer dos anos 1800. Mas a fé propicia que estes fatos existam.
Fui criado num lar católico, com muita fé por parte de minha mãe, e nem tanto pelo meu pai. Este, apesar de não professar com demonstrações, sempre apoiou e protegeu sua família, o que não deixa de ser um ato de fé, por se tratar de um humilde zelador, e ter de improvisar para conseguir sustentar uma família de cinco membros.
Meus irmãos, mais velhos do que eu, estudavam em um colégio de padres, onde eram obrigados a frequentar as missas dominicais, na igreja do próprio colégio (Liceu Coração de Jesus, em São Paulo). E minha mãe me mandava junto com eles assistir às missas. Confesso que ficava mais observando os nichos que havia nesta igreja do que prestando atenção à cerimônia católica.
Só fui, realmente, aprender o significado de fé aos trinta anos. As circunstâncias me levaram a morar num subdistrito de São Bernardo do Campo chamado Riacho Grande. Lá, através de um trabalho para ajudar famílias necessitadas, vim a conhecer o padre da paróquia local e as sete irmãs que o ajudavam. Destas sete, três eram irmãs de sangue, duas gêmeas e a mais velha. E um dos irmãos delas era padre. Quatro religiosos na mesma família. Que tipo de ensinamento aqueles pais ministraram? Provavelmente o mesmo que São Luíz e Santa Zélia deram a seus filhos. Eram nove filhos, sendo que quatro não sobreviveram. As cinco irmãs restantes abraçaram a fé e a vida religiosa. E uma delas, pela intercessão de Nosso Senhor, tornou-se santa, apesar de sua breve passagem pela terra. Faleceu com apenas 24 anos.
Não há necessidade de se forçar a presença de Deus na vida de jovens, basta apenas o exemplo de quem tem, em seu coração, o amor a Deus. O resto Ele mesmo solidifica o caminho.
Com seus simples afazeres diários, mais com exemplos do que com palavras, conseguiram mostrar as filhas o verdadeiro fermento na vida dos cristãos. O amor incondicional num Deus que prove e ajuda, em cada momento, a quem Nele acredita.
Convido você, durante cinco dias e seguindo os passos dos santos pais Martin, a entender esse caminho de educar seus filhos para além de si mesmo em um retiro online proposto na rede social de oração Hozana: Eduque seus filhos na escola de São Luís e Santa Zélia (clique aqui para se inscrever).
Cinco temas guiarão esse retiro: viver uma relação de amor na terra e com o Céu; disponibilizar-se e dialogar; educar em autonomia pessoal e respeito mútuo; atravessar as provas juntos com a ajuda do Céu; acolher as confidências, caminho de comunhão humana e espiritual.
É preciso olhar para as diferentes facetas da educação dos nossos filhos e deixar o Espírito Santo guiar cada uma de nossas ações.
Rubens Lace, pelo Hozana