Um ataque com drones russos contra Kiev deixou a principal catedral católica da capital da Ucrânia significativamente danificada, segundo reportagem no site da Igreja Greco-Católica Ucraniana.
A Rússia lançou 75 drones sobre a Ucrânia antes do amanhecer deste sábado – mais de 60 deles sobre Kiev. A Força Aérea Ucraniana classificou o número como "recorde" em todo o período desde a invasão, que já passa de 21 meses. Todos os drones, exceto um, foram destruídos pela defesa aérea. Ainda assim, cinco pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança de 11 anos.
Dezenas de casas sofreram estragos sérios ou até foram destruídas pela queda de destroços, informou o New York Times. Entre as residências atingidas, mas com menor gravidade, está a de Sua Beatitude, Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana.
Os danos à Catedral Patriarcal da Ressurreição de Cristo foram causados pela onda de choque de uma explosão após o abate de um drone. A onda de choque derrubou portas, quebrou janelas e danificou a fachada da catedral, informa o site da Igreja Greco-Católica Ucraniana, acrescentando que um edifício ao lado sofreu danos ainda maiores.
Nos primeiros dias após a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, o porão dessa catedral serviu como abrigo antiaéreo para os civis ucranianos.
Neste mesmo 25 de novembro, após os últimos ataques de drones, Sua Beatitude Sviatoslav se uniu a líderes de outras igrejas e organizações religiosas e à liderança política e militar da Ucrânia numa oração que marcou o 90º aniversário do Holodomor, a grande fome propositalmente provocada entre 1932 e 1933 pelo ditador comunista Joseph Stalin e que atingiu especialmente os ucranianos. A cerimônia religiosa foi realizada na Catedral da Assunção de Kiev-Pechersk Lavra – o histórico Mosteiro das Cavernas em Kiev.
O Papa Francisco também voltou a falar, no final do ângelus deste domingo, sobre a "ferida dilacerante" do Holodomor, convidando as pessoas a rezarem pela paz na Ucrânia.
A população do país se prepara para atravessar mais um inverno doloroso devido ao fornecimento insuficiente de eletricidade e de gás, dado que os ataques russos prejudicaram profundamente as infraestruturas estratégicas.
O Papa Francisco exortou:
"Continuemos a rezar incansavelmente por todas as pessoas dilaceradas pelo conflito, porque a oração é a força da paz que quebra a espiral do ódio, quebra o ciclo da vingança e abre caminhos inesperados de reconciliação".