Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 29 de novembro, o Papa Francisco disse que ainda estava afetado por uma gripe e deixou que um prelado lesse sua catequese diante de milhares de pessoas.
"Como ainda não estou me sentindo bem com essa gripe e minha voz não está boa, será o Monsenhor Ciampanelli que fará a leitura", disse o Papa no início da Audiência Geral. No sábado, 25 de novembro, Francisco havia sentido uma "leve gripe" e foi ao hospital para fazer exames nos pulmões.
Francisco só retomou a palavra no final da Audiência Geral para pedir pela paz no Oriente Médio. "Que a trégua em Gaza continue, que todos os reféns sejam libertados e que o acesso à ajuda seja permitido", pediu Francisco. O Pontífice também se referiu à Ucrânia, "que sofre tanto, ainda em guerra".
No final da audiência, como às vezes acontece, uma trupe de circo entrou na Sala Paulo VI. O Papa era só sorrisos diante da apresentação. "O circo expressa uma dimensão da alma humana; a da alegria gratuita, da alegria simples, feita com a mística do jogo", comentou Francisco, com uma voz muito cansada.
Na terça-feira, 28 de novembro, o Vaticano anunciou o cancelamento da viagem do Papa a Dubai, onde ele participaria da COP28.
Não reduzir a Igreja a uma seita
Na catequese lida pelo Monsenhor Ciampanelli, Francisco descreveu a "cultura do progresso técnico e individual" que caracteriza as sociedades contemporâneas. Segundo ele, essa cultura leva à afirmação de uma liberdade sem limites e à indiferença em relação "aos que ficam para trás". "Precisamos permanecer nas encruzilhadas do hoje. Abandoná-las significaria empobrecer o Evangelho e reduzir a Igreja a uma seita. Frequentá-las, porém, ajuda a nós, cristãos, a compreender de forma renovada as razões da nossa esperança, para extrair e partilhar «coisas novas e velhas» do tesouro da fé", advertiu o Pontífice.
Dez anos após a publicação da encíclica Evangelii Gaudium, o Papa reafirmou a necessidade de olhar para "nosso tempo e nossa cultura como um dom". "Evangelizá-las não significa julgá-las de longe, ou mesmo ficar em uma sacada gritando o nome de Jesus, mas sair pelas ruas, ir aos lugares onde as pessoas vivem, frequentar os espaços onde as pessoas sofrem, trabalham, estudam e refletem", lembrou o Papa, que completará 87 anos em 17 de dezembro.