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México e Nigéria: dois países de alto risco para os padres católicos

Basílica de Guadalupe, no México

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Francisco Vêneto - publicado em 18/12/23
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Muito embora seja visto mundialmente como uma nação de forte cultura católica, o México apresenta hoje a situação mais crítica para a segurança dos sacerdotes nas Américas

A violência contra clérigos católicos no mundo constitui um panorama que tem piorado em ritmo alarmante ao longo dos últimos anos. Entre diversos países nos quais a situação é crítica, dois despontam com panoramas particularmente chocantes.

México

O país apresenta a situação mais crítica nas Américas, muito embora seja visto mundialmente como uma nação de forte cultura católica.

Basta fazer uma rápida pesquisa nos mecanismos de busca usando termos como “Aleteia padres assassinados México” para se obter pelo menos uma página de artigos publicados apenas em nosso site sobre essa tragédia mexicana. Em 2017, por exemplo, já denunciávamos, por ocasião do brutal assassinato do pe. Luis López Villa, de 71 anos, a onda de violência contra religiosos naquele país:

“O número de padres assassinados no México cresce vertiginosamente. Segundo o Centro Católico Multimeios (CCM), nos últimos quatro anos (ndr: até 2017), e sem contar esse último assassinato, foram denunciadas 520 ameaças a padres, 17 assassinatos e 25 atentados contra seminaristas (…) De acordo com Centro, pelo nono ano consecutivo, o México é considerado o país mais perigoso para exercer o sacerdócio. Ainda segundo o CCM, essa onda de violência é marcada pela falta de investimentos na segurança pública. O texto do órgão ligado à Igreja diz que ‘os agentes pastorais no México são cada vez mais vulneráveis à crescente onda de agressões, assassinatos e sequestros, posto que as autoridades lhe entregam pouca ou nenhuma proteção contra atentados, sobretudo em zonas de alto risco onde prolifera a insegurança e operam grupos do crime organizado'”.

No ano seguinte, 2018, voltávamos a falar da morte violenta de um sacerdote mexicano, o pe. Rubén Alcántara Díaz, alvejado em plena igreja. Em 2019, noticiávamos que 27 sacerdotes tinham sido assassinados no país aos longo dos 7 anos anteriores. As notícias trágicas sobre a violência contra o clero católico no México, infelizmente, têm prosseguido ano após ano, acrescentando o duplo assassinato dos jesuítas pe. Javier Campos Morales e pe. Joaquín César Mora Salazar, em 2022, dentro da sua paróquia, enquanto tentavam proteger um homem que ali buscava refúgio – a região era uma das muitas do país assoladas pelas disputas entre os cartéis de drogas. Neste último fevereiro, mais um caso trágico: tivemos de informar que o pe. Juan Angulo Fonseca foi assassinado a tiros.

Nigéria

Ainda mais assustador, porém, é o cenário da Nigéria.

A mesma experiência de pesquisar nos mecanismos de busca, que propusemos no caso mexicano, se torna ainda mais impactante no caso nigeriano. Nem sequer é preciso mencionar os termos “padres assassinados”: basta procurar “Aleteia Nigéria” para já encontrar títulos estarrecedores como “Seminarista é queimado vivo na Nigéria”, “Padre é morto a tiros na Nigéria”, “Nigéria: cristãos continuam a ser mortos sem que sejam efetuadas detenções”, “Nigéria: terroristas invadem paróquia e sequestram mais um padre católico”, “Nigéria: religioso assassinado após ter sido raptado com mais dois monges” e um longo e trágico etcétera.

Detalhe: todas essas notícias são apenas de 2023.

Ao se ir a fundo nas buscas, serão encontradas dezenas de artigos semelhantes, ao longo de anos e anos, diante de um criminoso silêncio cúmplice da grande mídia e de organizações internacionais como a das Nações Unidas.

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