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O que o dia 16 de dezembro tem a ver com Natal e Nossa Senhora do Ó?

Nossa Senhora do Ó
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Dom Fernando Arêas Rifan - published on 15/12/17
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Esta data marca o início da Novena de Natal e, portanto, do segundo período do Advento: cresce a expectativa pela vinda do Salvador!A festa litúrgica de Nossa Senhora do Ó é celebrada em 18 de dezembro. Pouco antes, no dia 16, inicia-se a Novena de Natal e, com ela, o segundo período do Advento, tendo assim direta relação com essa devoção por causa do seu significado de expectativa pela chegada do Menino Jesus. É dessa relação que fala o seguinte texto publicado em 2017 por Dom Fernando Arêas Rifan, bispo administrador apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.

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Neste dia 16 de dezembro começamos a novena de preparação para o Santo Natal. Nas vésperas dos dias que antecedem a grande festa natalina, cantam-se as belíssimas antífonas latinas que começam com a exclamação “Ó”: Ó Sabedoria, Ó Adonai, Ó Raiz de Jessé, Ó Chave de Davi, Ó Oriente, Ó Rei das Nações, Ó Emanuel – palavras das antigas profecias bíblicas, referentes ao Salvador cujo nascimento celebraremos no Natal.

O modelo para nós de expectativa do Messias é a sua Mãe, Maria Santíssima.

Por causa dessas antífonas da expectação, o povo deu a ela o título de Nossa Senhora do Ó. É uma devoção muito antiga, surgida na Espanha e em Portugal. Aqui no Brasil, em São Paulo, por exemplo, temos a “Freguesia (paróquia) do Ó”, bairro onde se encontra a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação do Ó, cuja construção começou em 1610.

A devoção a Nossa Senhora é inata no povo católico. Enquanto os teólogos, durante séculos, discutiam a base teológica da Imaculada Conceição da Virgem Maria – o dogma de fé só foi proclamado por Pio IX no dia 8 de dezembro de 1864 –, o povo católico já a cultuava por toda a parte. Desde os primeiros séculos, os cristãos já honravam essa prerrogativa de Maria. No século VIII, o culto foi autorizado nas igrejas. A partir do século XII, espalhou-se a celebração dessa festa. Clemente XI, em 1708, elevou-a a festa de preceito. A imagem de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Basílica do mesmo nome em Salvador, Bahia, foi trazida por Tomé de Souza, e a primeira capela em seu louvor foi construída a mando do então governador.

Celebramos dia 12 Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Sob diversos nomes, Maria Santíssima é patrona de muitos países do Novo Mundo e sua devoção está no coração de todos. O Documento de Aparecida exalta “o papel tão nobre e orientador que a religiosidade popular desempenha, especialmente a devoção mariana, que contribuiu para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus” (37). Mas reconhece que, “no entanto, devemos admitir que essa preciosa tradição começa a diluir-se… Nossas tradições culturais já não se transmitem de uma geração à outra…” (39).

Observamos que o crescimento percentual da Igreja não segue o mesmo ritmo que o crescimento populacional… Verificamos, deste modo, uma mentalidade relativista no ético e no religioso…. Nas últimas décadas vemos com preocupação, que numerosas pessoas perdem o sentido transcendental de suas vidas e abandonam as práticas religiosas…”. “Tal como manifestou o Santo Padre Bento XVI no Discurso Inaugural de nossa Conferência: ‘Percebe-se certo enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade e da própria pertença à Igreja Católica’” (100).

Rezemos mais, pois estamos em “um novo período da história, caracterizado pela desordem generalizada…, pela difusão de uma cultura distante e hostil à tradição cristã e pela emergência de variadas ofertas religiosas que tratam de responder, à sua maneira, muitas vezes errônea, à sede de Deus que nossos povos manifestam” (DocAp 10).

Dom Fernando Arêas Rifan

bispo administrador apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.

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