Nenhuma das regras de telefone celular, internet ou TV que você definir para ajudar seus filhos a evitar o vício de tela fará bem, se você não fizer isso primeiroEu admito que algumas manhãs eu tenho uma reação instintiva, o que talvez pareça estranho, e provavelmente hipócrita, mas vou confessar de qualquer maneira. Logo após o alarme disparar, pego meu telefone enquanto ainda estou na cama e dou uma rápida olhada nas minhas mensagens, e-mails e notificações.
Eu estaria melhor se me levantasse direto, porque esse hábito significa que muitas vezes eu tenho de correr para levar todo mundo para a escola na hora certa. Ok, eu sei que isso não é nada incomum; é uma prática bem estabelecida no cotidiano de muitos millennials.
Mas – e é aí que fica ruim – assim que eu ouço passos fofinhos se aproximando (já que eles estão correndo, felizmente, eu os ouço de longe!), eu tenho um reflexo condicionado. O mais rápido possível, coloco meu telefone na mesa de cabeceira (às vezes interrompendo uma discussão intensa em um grupo de bate-papo). É simplesmente uma evidência de que, no fundo, todo pai sabe intuitivamente que seu exemplo – ou, nesse caso, seu mau exemplo – tem um impacto real em seus filhos.
A imposição de limites aos seus filhos (como “sem smartphone no quarto!”) enquanto você está viciado em seu telefone é uma falta de coerência e credibilidade. Se agirmos dessa maneira, não haverá como fugir da pergunta: “Se a mamãe faz isso, por que eu não posso?”. O segredo está em ser um exemplo – um bom exemplo, não como eu.
Então tome um banho em vez de ler seus e-mails quando você acordar, coloque seu celular no modo avião durante as refeições, limite seu próprio uso de telas quando estiver na presença de seus filhos, desconecte de seu dispositivo quando tiver uma conversa com eles, evite ligar a televisão assim que você tiver um segundo de tempo livre… É precisamente adotando um uso saudável das telas para você mesmo que você pode incutir bons hábitos de tela em seus filhos, e ensinar-lhes um estilo de vida saudável.