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“Super-freiras” da aliança Talitha Kum lutam contra o tráfico de pessoas na Índia

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Reportagem local - publicado em 22/07/20
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Com bravura e articulações internacionais que parecem de cinema, elas enfrentam bandidos entre os mais perigosos do mundoJunto com o de armas e o de drogas, o tráfico de seres humanos é um dos três “segmentos” mais bem organizados da criminalidade na Índia, com milhares de casos relatados por ano às autoridades do país. De 2011 a 2018, os registros oficiais chegam a 38.508 casos. É praticamente um Estádio do Pacaembu lotado de escravos contemporâneos, comercializados somente na Índia – grande parte são mulheres exploradas no profícuo mercado da prostituição.

Trata-se, porém, apenas da ponta do iceberg. De acordo com o Índice Global de Escravidão, cerca de 8 milhões de pessoas na Índia, incluindo crianças e adolescentes, vivem sob formas de escravidão moderna.
Entre as várias organizações governamentais e não governamentais que combatem essa aberração, destaca-se a filial indiana da aliança católica Talitha Kum, formada por religiosas que, desde 2009, se articulam internacionalmente para enfrentar as redes de traficantes de gente.

Em declarações à Agência Fides, a irmã Jyoti Pinto, das Irmãs da Pequena Flor de Betânia, fundadora da Talitha Kum Índia, comentou:

“Muitas pessoas estão vulneráveis ​​ao tráfico de seres humanos durante a pandemia de Covid-19: a perda do trabalho, dificuldades para retornar aos povoados de origem e a indigência contribuem para torná-las ainda mais expostas ao tráfico de pessoas. Uma pessoa pode ser vendida várias vezes. Estamos diante da realidade angustiante da escravidão moderna, que é o tráfico de pessoas”.

A religiosa motivou outras ordens religiosas a se unirem à iniciativa, beneficiando milhares de crianças e mulheres vítimas do tráfico humano e ajudando-as a sobreviver com projetos de sustento e reintegração social. Elas se tornam alvo fácil dos criminosos, por exemplo, quando tentam sair de comunidades rurais para as cidades, em busca de trabalho, e, enganadas pelos traficantes, acabam sendo forçadas a trabalhar como prostitutas, operárias, empregadas domésticas em condições humilhantes ou até “mendigas” obrigadas a entregar as esmolas aos bandidos. Os casamentos forçados são outra área de ação dos traficantes de mulheres na Índia.

Há cerca de 100 mil religiosas católicas que trabalham silenciosamente no apostolado da rede Talitha Kum, percorrendo vilarejos, áreas rurais, campos de refugiados, favelas, presídios, escolas, hospitais e até prostíbulos para identificar situações de tráfico humano e denunciá-las às autoridades – ou até para intervir diretamente, resgatando as vítimas quando possível.

Com informações do Vatican News


Rede Talitha Kum
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