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A basílica dedicada aos anjos e projetada por Michelangelo

BASILICA
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Ricardo Sanches - publicado em 24/09/20
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Conheça um dos mais belos templos de Roma, que foi construído no lugar onde muitos cristãos foram escravizados e mortos Perto do terminal de trens de Roma, “Termini”, encontra-se a Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires. Ela não é importante apenas pelo valor artístico, já que foi projetada por Michelangelo, mas também por sua história, uma vez que milhares de escravos cristãos morreram ali, onde antes existia o Termas do Imperador Diocleciano, o grande perseguidor dos cristãos.

Só pela fachada já é possível pressupor que é uma igreja “reciclada”. No local, entre os anos 298 e 306 d.C., funcionou o maior complexo termal do império romando, com capacidade para três mil pessoas.

A estrutura é a mesma de outros termas. Tinha o frigidarium (área reservada aos banhos frios), o calidarium (sala para banhos quentes) e a natatio (piscina). O complexo também contava com alguns ginásios. A única diferença era a grande dimensão e a riqueza da construção. Diocleciano queria, com isso, demonstrar sua grandeza e poderio – um poderio que custou a vida de milhares de cristãos usados como escravos para colocar a estrutura de pé. Muitos morreram desidratados e de fome no local.

Com os saques por parte dos godos e vândalos, o termas ficou abandonado e, como a maioria dos monumentos romanos, virou canteiro de materiais para outras construções.

Em 1541, o sacerdote Antonio del Duca teve uma visão: uma “luz mais branca que a neve” se elevava do termas com sete mártires ao centro. A visão o convenceu a construir ali uma igreja dedicada aos mártires e aos anjos – ideia que, mais tarde, foi aprovada pelo Papa Pio IV.

A engenhosa transformação da igreja se deve ao talento de Michelangelo. A restauração aconteceu entre 1563 e 1566. O imenso salão onde ficava o frigidarium ainda permanece com seu aspecto antigo, assim como suas proporções e medidas. Por seu estilo, pode-se dizer que é a única igreja renascentista de Roma.

Por essa razão, é muito visitada por estudantes de artes e história. A igreja também é uma grande pinacoteca, com obras de vários estilos.

Outra curiosidade é a meridiana do sol que atravessa em parte o solo da parte central da igreja. Essa linha é chamada de linha clementina, em referência ao Papa Clemente XI. A meridiana não apenas demonstrava o quanto era preciso o calendário gregoriano, que ajudava a estabelecer os dias para a Páscoa, como também, como diz um epígrafe localizada na basílica, “serviu para regular os relógios em Toma até 1846, quando o canhão começou a anunciar o meio-dia”.


GIANICOLO
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Clique na galeria abaixo para conhecer um pouco mais desta espetacular basílica.

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