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O que é a Ciência? – explicando de forma simples e compreensível

SCIENCE
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Alexandre Ribeiro - publicado em 01/07/21
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E por que devemos ter cuidado com os “negacionistas" e com os "oportunistas"

Durante a pandemia de Covid-19, poucos termos foram mais maltratados do que a palavra “Ciência”. Especialmente os políticos usaram e abusaram da “Ciência”. Os políticos de esquerda dizendo que os de direita eram "inimigos da Ciência”. E os políticos de direita dizendo que os de esquerda eram “manipuladores da Ciência".

Sempre que um político começa a atacar seu adversário e cita a “Ciência”, eu imagino alguém perguntando: “antes de prosseguir, o senhor(a) poderia por favor nos dizer o que entende por ‘Ciência’?" “Afinal, o que é a ‘Ciência' para o senhor(a)?”

Isso também serve para aquele nosso amigo, amiga ou parente que fica atacando seu inimigo político (ou, por outro lado, defendendo seu ídolo político) citando a “Ciência”.

Dito de forma bem simples, a Ciência é o campo da atividade humana que busca descobrir leis que possam explicar a realidade. Ou seja, a Ciência investiga os padrões e regularidades (leis) da natureza e das coisas (realidade).

Assim, a Ciência nos ajuda a formular opiniões corretas sobre os fatos. E isso é muito importante, porque a nossa opinião (a nossa crença, aquilo em que acreditamos) vai acabar determinando as nossas atitudes e o nosso modo de agir.

Quando alguém de esquerda acusa o adversário de direita de ser “negacionista” (ou seja, irracional e anti-científico), ele deve apresentar as razões pelas quais acredita que seu adversário seja de fato “negacionista”. 

Por exemplo, uma pessoa tem uma atitude "negacionista" quando nega a eficácia das vacinas no combate à pandemia de Covid-19. Ou seja, um “negacionista" tem como atitude, entre outras formas de agir, negar uma proposição verdadeira ("as vacinas anti-covid são eficazes” é uma proposição verdadeira).

Fica difícil discutir com um “negacionista extremista”, pois de fato ele tem como critério de pensamento e ação a irracionalidade. 

Por outro lado, quando alguém de direita acusa o adversário de esquerda de ser “oportunista” (ou seja, um tipo de farsante ou manipulador de dados científicos segundo seus interesses), ele deve provar sua acusação.

Por exemplo, uma pessoa tem uma atitude “oportunista" quando defende o confinamento total (lockdown) como forma de combater a Covid-19. Ou seja, o “oportunista" nega a complexidade da realidade e das formas de vida das pessoas. Ele tende ao viés autoritário, pois considera os dados científicos como infalíveis (assim, pode ser chamado de “oportunista cientificista”).

Fica difícil discutir com um “oportunista extremista”, pois de fato ele tem como critério de pensamento e ação o totalitarismo, tornando-se assim um inimigo da liberdade.

A Ciência não é infalível. Tampouco pode-se prescindir dela. Ou seja, as leis e as diretrizes que a Ciência formula não são definitivas (elas podem ser aperfeiçoadas), mas não podem ser desprezadas, pois nos ajudam a enfrentar com rigor e critério os problemas que se apresentam.

    É preciso estar alerta contra os “negacionistas” (irracionais) e contra os “oportunistas" (cientificistas), pois se ambos somarem suas forças, podem acabar destruindo de uma vez só a saúde e a liberdade de um povo.

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