O Papa Francisco pediu aos padres que façam homilias mais curtas, de "10 a 15 minutos, não mais", em contraste com algumas "de 50 minutos sobre assuntos que os fiéis não entendem".
O "puxão de orelhas" foi dado ontem, com bom humor, durante um discurso de Francisco em seu segundo dia de visita apostólica à Eslováquia. Ele falou da missão evangelizadora da Igreja e, dentro deste tema, abordou as homilias.
Deixando de lado o discurso oficial, Francisco destacou a importância de "encontrar caminhos, modos e linguagens novas para anunciar o Evangelho", seguindo o exemplo dos santos Cirilo e Metódio, que levaram o Evangelho aos povos eslavos. Eles inclusive criaram o alfabeto cirílico até hoje adotado em parte dos países eslavos, incluindo a Rússia.
A propósito das homilias, o Papa declarou:
"A homilia não é um sacramento, como pretendiam alguns protestantes, mas sim um sacramental. E não é uma pregação de quaresma, é outra coisa. Está no coração da Eucaristia. E pensemos nos fiéis que têm que escutar homilias de 40 minutos, de 50 minutos, sobre assuntos que não entendem, que não os comovem. Por favor, padres e bispos, pensem bem em como fazer a homilia, em como prepará-la para que haja contato com as pessoas e para inspirar-se no texto bíblico. Uma homilia, muitas vezes, não deve passar de 10 minutos, porque as pessoas, depois de 8 minutos, perdem a atenção. A menos que seja muito interessante, não é? O tempo deveria ser de 10 a 15 minutos, não mais".
Francisco compartilhou um conselho baseado no exemplo de Jesus:
"Um professor que tive de homilética dizia que a homilia deve ter coerência interna: uma ideia, uma imagem e um sentimento. Que as pessoas saiam com uma ideia, com uma imagem e com algo que mova o seu coração. O anúncio do Evangelho é simples assim, e Jesus pregava assim: coisas concretas, que as pessoas entendiam".
O Papa também aproveitou para brincar com o fato de que as freiras presentes demonstraram especial concordância com o seu pedido de brevidade nas homilias:
"Permito-me uma maldade: as religiosas começaram com os aplausos porque elas são as vítimas das nossas homilias, não é?".