O ator Chris Pratt foi alvo da doentia patrulha das redes sociais, na semana passada, após publicar uma declaração de amor à esposa, Katherine Schwarzenegger.
Em um trecho da mensagem, o ator de 42 anos agradece a Katherine pela "linda e saudável" filha do casal, o que a patrulha determinou que é "propositalmente ofensivo" ao primeiro filho do ator, Jack, de 9 anos, fruto de seu primeiro casamento com a atriz Anna Faris. Jack nasceu prematuro e precisou passar por cirurgias e tratamentos médicos.
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Um internauta observou que Chris Pratt não desprezou o filho ao agradecer pela vida e saúde da filha, mas outros comentários na rede social preferiram transformar suas próprias interpretações subjetivas em sentenças categóricas e condenatórias, como "Nossa, já esqueceu o filho" e outras extrapolações similarmente gratuitas.
O festival de condenações ao ator prosseguiu com frases como "Chris Pratt é um idiota" e "Isso é completamente repulsivo: é como se ele estivesse dizendo ‘a minha nova esposa me deu uma criança saudável, ao contrário de você, Anna Faris’".
É mundial, e preocupante, a tendência de uma crescente parcela dos internautas a transformar em verdades absolutas e inquestionáveis as suas próprias impressões, opiniões, interpretações e narrativas de fatos que conhecem apenas parcialmente. Em muitos dos episódios, como é o caso deste, as sentenças condenatórias não se contentam em interpretar da maneira mais mesquinha possível as palavras dos outros, mas inclusive as suas intenções.
Vale aqui recordar a máxima católica que afirma que "de internis neque Ecclesia", ou seja, "sobre questões internas, nem a Igreja [pode opinar]", por mais que ofereça todo um arcabouço doutrinal a respeito da moralidade dos atos, palavras, pensamentos e omissões do ser humano livre. Com esta máxima, a Igreja quer dizer que pode e deve apresentar orientações, mas somente Deus conhece as consciências e, portanto, só a Ele cabe julgá-las. O que está ao alcance da nossa capacidade humana de análise moral são apenas os fatos objetivos: julgam-se fatos constatáveis, e não pessoas.
Outra máxima do Evangelho que cabe recordar nesse contexto foi dita por ninguém menos que Jesus Cristo: "A boca fala do que o coração está cheio".
Chris Pratt reagiu aos destemperos agressivos publicando um vídeo em que contava ter ficado "irritado e deprimido" com a situação. Mas não ficou se lamuriando e logo acrescentou o que fez de positivo:
"Acordei mal e sem vontade de fazer meus exercícios. Mas eu sabia que, se colocasse a minha playlist de músicas cristãs e fosse correr no bosque, iria me sentir melhor (…) E eu tinha razão! Foi incrível! Deus se sentou do meu lado. Aquele momento realmente me impactou. E então eu só quero dizer: toda glória a Deus!"
O ator finalizou:
"Se você está se sentindo triste hoje, tente fazer algum exercício, talvez ouvir uma boa música de louvor a Deus e ou talvez a própria Palavra de Deus, porque isso realmente me ajudou hoje de manhã".